O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) divulgou nesta segunda-feira (5/5) que o suspeito de participar do plano terrorista em show de Lady Gaga em Copacabana, foi preso preventivamente. A decisão foi deferida pela juíza Fabiana Pagel, do Núcleo de Gestão Estratégica do Sistema Prisional (Nugesp), após o suspeito ter sido liberado mediante pagamento de fiança à polícia.
A magistrada afirmou na decisão de prisão preventiva que, diante da gravidade do caso, não seria cabível a aplicação de medidas cautelares diferentes da segregação preventiva. O suspeito foi identificado como Luis Fabiano da Silva.
A juíza apontou ainda que, mesmo que não exista a informação de apreensão de material explosivo com o homem, o fato dele estar sendo investigado pela prática de atos de terrorismo, atentado e discurso de ódio requer maior cautela. Outro agravante foi o fato dele ter sido preso em flagrante por estar em posse de três armas.
No entendimento da magistrada Fabiana Pagel, o combate ao discurso de ódio é essencial para a construção de uma sociedade mais justa, segura e democrática.
“Quando ideias preconceituosas e discriminatórias são disseminadas livremente, estas não apenas ferem a dignidade de indivíduos e grupos marginalizados, mas também alimentam a intolerância, a violência e a exclusão social”, finalizou ela na decisão.
Segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCRJ) duas pessoas foram presas suspeitas de liderarem o plano, Luis Fabiano, que foi preso no Rio Grande do Sul, e um adolescente de 17, preso no Rio. Não há informações de se o adolescente segue detido ou se foi liberado.
Plano de atentado
A Operação Fake Monsters, da Polícia Civil do Rio de Janeiro, foi deflagrada nesse sábado (3/5) e impediu um atentado durante o show da artista norte-americana.
Segundo a coluna Mirelle Pinheiro, do Metrópoles, o plano mirava crianças, adolescentes e o público LGBTQIA+ com motivações terroristas e supostos rituais satânicos e os criminosos usariam coquetéis molotov e explosivos improvisados.
A ação, batizada de Operação Fake Monster, desarticulou um grupo extremista que atuava nas redes sociais e promovia discursos de ódio, crimes contra crianças, adolescentes e o público LGBTQIA+.
De acordo com a investigação, o atentado seria executado como parte de um “desafio coletivo”, voltado à obtenção de notoriedade digital. Jovens, inclusive adolescentes, eram aliciados pelo grupo para participar de ações coordenadas, em que cada integrante teria uma função dentro do ataque.
Ao todo, foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em nove municípios de quatro estados brasileiros, incluindo Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Mato Grosso. Em todas as ações, foram apreendidos dispositivos eletrônicos e materiais que agora passam por análise técnica.