O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) fixou em R$ 5 mil a fiança para cada um dos quatro presos por aplicar o golpe do bilhete premiado. O grupo (foto em destaque) passou por audiência de custódia nesta quarta-feira (9/4).
Alexandre Novaretti, 50 anos, Vinicius Rodrigues Gomes, 24, Carla Aparecida de Souza, 52, e Luciana Cristina Gomes, 53, foram detidos em via pública, na Asa Norte, no exato momento em que aplicavam o golpe em um idoso de 78 anos.
Eles foram detidos no âmbito da Operação Falsa Fortuna, deflagrada pela 11ª Delegacia de Polícia (Núcleo Bandeirante).
Quem são os golpistas:
O grupo irá responder pelos crimes de estelionato, associação criminosa e adulteração de sinal identificador de veículo. A operação Falsa Fortuna da PCDF apreendeu diversos carros de luxo que estavam sob o poder do grupo criminoso.
Entre as máquinas, estão:
- Dois Porsches — boxster spider e macan;
- Um Jaguar;
- Uma Mercedes;
- Um Dodge Journey;
- Um Ford Fusion;
- Um Hyundai Creta.
Os veículos foram levados para o pátio da 11ª Delegacia de Polícia (Núcleo Bandeirante).
Veja imagens dos carros de luxo:
Como funcionava o golpe
- Os golpistas abordavam a vítima e fingiam ser humildes. Um deles afirmava ter um bilhete de loteria e que não poderia sacar o valor.
- Outro sugeria ajudar o primeiro golpista. Para isso, propunha que ele e a vítima pagassem uma quantia pelo bilhete para dividirem o prêmio milionário.
- Os valores do falso prêmio chegavam a até R$ 24 milhões.
- Todos iam ao banco juntos. A vítima levava uma sacola com dinheiro e um dos golpistas também, porém, com cédulas falsas. O valor era colocado em uma mesma sacola e entregue ao membro do grupo que teria “vendido” o bilhete.
- As vítimas chegavam a sacar R$ 50 mil todos os dias até atingir o valor pedido pelo bilhete.
- Algumas se endividaram, venderam o apartamento e passaram dificuldades desde que caíram no golpe.
Vítimas
Pelo menos cinco pessoas, entre 60 e 84 anos, foram vítimas do grupo, acumulando um prejuízo de R$ 3 milhões. A reportagem conversou com uma vítima e parentes de outras pessoas lesadas pelo grupo. Todos preferiram não ser identificados.
A abordagem era a mesma. Uma mulher aparentando ser de origem humilde aborda a vítima. “Ela fala que não sabe ler, que precisa ir para um determinado lugar, que não conseguia chegar”, relatou a vítima. “Ela faz um Deus nos acuda da história”, continuou.
Em seguida, aparece outra pessoa. Essa aparentando ser instruída e demonstra interesse em ajudar a golpista, que supostamente estaria em situação de dificuldade. Os dois estão mancomunados para aplicar o golpe.
A primeira alega que tem um bilhete de loteria e que não poderia sacar o valor. Nesse momento, a vítima já absorvida na história entende que o lugar que a pessoa precisava ir era uma agência bancária.