Home Brasil Itamaraty: diplomata envia “pênis com asas” a colega; caso acaba na PF

Itamaraty: diplomata envia “pênis com asas” a colega; caso acaba na PF

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A “5ª série que habita em nós” parece que também habita nos integrantes do Ministério das Relações Exteriores (MRE). Isso explicaria uma “brincadeira” que acabou na Polícia Federal.

E a “brincadeira” que envolveu graduados diplomatas do Itamaraty foi apimentada por uma carta cuja mensagem trazia apenas o desenho de um “pênis com asas” (imagem abaixo). No popular, um “caralho voador”. Uma “pegadinha infantil”, disse um dos envolvidos.

Imagem de pênis enviada dentro do Itamaraty - Metrópoles
Pênis com asas enviado

Tudo começou quando o primeiro-secretário Cristiano Ebner, chefe da Divisão de Saúde e Segurança do Servidor (DSS), recebeu uma correspondência de uma “Fundação Kresus”, que, no entanto, não indentificava quem seria o real remetente. Nada de texto: apenas o desenho do pênis voador.

A história foi revelada pelo O Globo, na coluna do Lauro Jardim, e confirmada pelo Metrópoles. O primeiro-secretário não viu graça no procedimento e encaminhou o trote à Corregedoria do MRE.

Temeu pela segurança

À época, Ebner ainda não sabia quem era o remetente da carta. Mas como sua função é analisar exames admissionais e perícias médicas, que podem implicar no retorno de um servidor ao exterior ou adiar sua remoção do Brasil por questões de saúde, situações que podem desagradar colegas de Itamaraty, temeu por sua segurança.

Diante da repercussão, o incidente foi reportado à embaixadora Daniella Ortega, chefe imediata do diplomata, que o aconselhou a levar o caso à Justiça. Foi quando ele acionou a Polícia Federal, que iniciou uma apuração.

Em agosto de 2024, os investigadores identificaram por meio das imagens do circuito de segurança da agência dos Correios quem teria feito o trote. Trata-se de Pablo Cardoso, embaixador radicado em Lisboa e ministro-conselheiro do Brasil junto à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

“Pegadinha infantil”

O motivo da “brincadeira” revela-se típico da “5ª série”: o ministro-conselheiro disse a colegas em Lisboa que, se recebesse uma instrução numa sexta-feira, iria aprontar.

Cardoso recebeu a tal instrução da DSS. Ele, então, mandou um amigo postar o “caralho voador” para o chefe da DSS. Ao receber, Ebner levou o trote para a PF.

Dois meses após o caso, Cardoso enviou uma mensagem de WhatsApp para Ebner em que revelou ser o autor da carta e explicou que era uma “pegadinha infantil”.

Cardoso, surpreso que a corregedoria e a PF estavam envolvidas, pediu para que Ebner desistisse da representação. No entanto, o chefe do DSS decidiu levar o caso adiante.

Em outubro de 2024, Cardoso assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), se comprometendo a manter um comportamento compatível com seu cargo num prazo de 24 meses.

A Corregedoria decidiu não abrir um processo administrativo disciplinar e a PF arquivou o caso por “falta de elementos para a consumação do delito” de ameaça. O autor da “brincadeira” ainda saiu ganhando.

Segundo informações reveladas ao Metrópoles, Pablo Cardoso realizou o sonho de chefiar uma embaixada no exterior e está de malas prontas para Guiné-Bissau.

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