Afastado da presidência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto trocou o PSB pelo PDT em janeiro. Ele perdeu o cargo nesta quarta-feira (23/4), após ser alvo da operação Polícia Federal (PF) contra supostas fraudes para desvio de aposentadorias por meio de descontos não autorizados pelos beneficiários. O esquema foi revelado pelo Metrópoles.
Stefanutto se filiou ao PSB em 2012 e assim ficou até janeiro de 2025, quando deixou a legenda para se filiar ao PDT. Ele tinha o registro de filiação em São Paulo. Indicado à presidência do INSS pelo ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, ele era cotado a concorrer a deputado federal.
Lupi, além de ministro, comanda o PDT, e assumiu para si a responsabilidade da nomeação de Stefanutto. Antes, especulou-se que sua indicação ocorreu por indicação do PSB, algo que a legenda do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, repudiou.
O ex-presidente do INSS é natural de São Paulo (SP) e se formou em direito pela Universidade de Mackenzie. Ele também tem passagem pelo serviço militar, na Marinha, e trabalhou na Receita Federal. Na política, é filiado ao PSB, mas chegou à presidência do Instituto por meio do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, do PDT.
O PSB reconheceu a filiação de Stefanutto, mas afirmou que a chegada ao topo do INSS não tem relação com a sigla. “Não é indicação do partido, embora seja seu filiado. O PSB manifesta seu total apoio à apuração dos fatos, com a expectativa de que, respeitados o devido processo legal e o amplo direito de defesa, as denúncias sejam plenamente esclarecidas”, comentou o partido em nota.
O ministro da Previdência assumiu a indicação. “É de minha inteira responsabilidade. Vamos esperar as investigações. Há a decisão do afastamento, e decisão se cumpre. Vamos garantir o amplo direito de defesa. (…) Queremos proteger nossos aposentados e pensionistas, e temos esse ato de investigação, tem a inteligência da Previdência”, comentou Lupi.
A operação deflagrada nesta quarta apontou descontos indevidos nos pagamentos de aposentados entre 2019 e 2024, que somariam mais de R$ 6 bilhões. “Fraude contra os aposentados, vítimas fáceis desses criminosos que se apropriaram das pensões de aposentadorias”, descreveu o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. “A PF foi acionada no começo deste ano para investigar”, completou.