Desde o recuo do deputado Pedro Lucas (União Brasil -MA) em assumir o Ministério das Comunicações, cresceu a avaliação de que o nome que deverá ser indicado pelo União Brasil será da cota pessoal do presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
No momento, a avaliação feita é de que não há uma movimentação de deputados federais da bancada do União no sentido de assumir o ministério, o que abre o caminho para a nova indicação ser uma espécie de “Waldez Góes 2.0”.
O ex-governador do Amapá Waldez Góes é Ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, foi indicado por Alcolumbre, é filiado ao PDT e nunca chegou a migrar para o União Brasil.
Pedro Lucas, líder do União Brasil na Câmara, recusou o convite do governo Lula para ser ministro na terça-feira (22/4). O cargo de ministro das Comunicações está vago desde 9 de abril, quando Juscelino Filho (União-MA) pediu demissão depois de ser denunciado por desvios de emendas parlamentares.
O parlamentar divulgou uma nota oficial na noite de terça pedindo desculpas a Lula. “Com espírito de responsabilidade e profundo respeito pela democracia brasileira, venho a público agradecer ao presidente Lula pelo honroso convite. A confiança depositada em meu nome me tocou de maneira especial e jamais será esquecida”, escreveu Pedro Lucas.
Na justificativa, pesou o fato de que uma nova escolha de um líder partidário na Câmara abriria uma guerra dentro do União Brasil. Para a definição de Pedro Lucas como líder, foram semanas de diálogo dentro da bancada.
Desembarque do governo descartado
Uma ala do União Brasil defende que a sigla deixe a base de apoio do presidente Lula. No entanto, o movimento ainda não é majoritário dentro do partido. A avaliação interna é de que a recusa de Pedro Lucas não significa o início de uma ruptura da sigla com o Planalto.
O movimento de não ir para o cargo criou um desgaste para o governo Lula, que chegou a anunciar que Pedro Lucas seria o ministro das Comunicações, mas que precisava de tempo para fazer um líder como sucessor.
Cresce no Congresso a percepção de que um ministério na Esplanada não é mais tão atraente como foi no passado. O motivo para a percepção é de que, anualmente, as emendas parlamentares têm um crescimento expressivo, e o orçamento de um ministério, por exemplo, é sempre controlado.