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Ibama minimiza decreto de Trump e diz que não depende de ajuda externa

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O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informou, nesta terça-feira (11/2), que a suspensão por 90 dias da ajuda internacional dos Estados Unidos no financiamento do Programa de Manejo Florestal e Prevenção de Incêndios no Brasil não gera impacto direto.

A iniciativa recebia auxílio financeiro da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAid) e foi atingida, após decreto assinado pelo presidente Donald Trump no dia da posse, em 20 de janeiro. Ele determinou a suspensão temporária de toda ajuda externa do país a programas internacionais.

“A paralisação das atividades da USAid não gera impacto direto no combate aos incêndios florestais no Brasil. O prejuízo envolve aspectos técnicos, em virtude da interrupção de algumas ações que poderiam contribuir para a reestruturação das instituições brasileiras, particularmente em termos de capacitação de profissionais”, afirma o Ibama.

O instituto foi informado da suspensão do financiamento via e-mail. O programa existe desde 2021, após parceria entre os dois países, e atua na formação e capacitação de brigadistas para combater incêndios e queimadas. Segundo o órgão, no entanto, “não há acordo direto firmado entre o Ibama e USAid em execução no presente momento”.

“O Ibama destaca que as ações de prevenção e de combate aos incêndios florestais no país são executadas com recursos provenientes do orçamento da União e não dependem de recursos externos”, finaliza.

Reuniões serão mantidas ou remarcadas

O Programa de Manejo Florestal e Prevenção de Incêndios no Brasil executou mais de 50 cursos e capacitações de brigadistas, desde o início, atingindo milhares de pessoas, inclusive indígenas que passaram a atuar na linha de frente de combate ao fogo em seus territórios.

Apesar de não ter nenhum acordo direto firmado com a USAid “no presente momento”, segundo o Ibama, existiam ainda encontros e reuniões marcadas com o Serviço Florestal dos Estados Unidos, que era a parte executora da parceria.

Nesse caso, informa o órgão: “as atividades e reuniões já programadas estão sendo avaliadas pelas instituições federais brasileiras envolvidas no programa (Ibama, ICMBio e Funai) e estão sendo mantidas ou remarcadas a critério dessas instituições, sem a participação do Serviço Florestal dos Estados Unidos”.

Suspensão decretada por Trump

Ao assinar o decreto em janeiro, Donald Trump alegou que a ajuda financeira dos EUA a iniciativas externas “desastabiliza a paz mundial”, pois promoveria ideias contrárias a relações estáveis e harmoniosas, tanto internamente quanto entre diferentes países.

A USAid financiava iniciativas em mais de 100 nações, sendo considerada a maior doadora individual de ajuda humanitária ao redor do mundo. A agência foi criada em 1961, no governo de John F. Kennedy, com o objetivo de aumentar a presença internacional dos EUA e combater o avanço da União Soviética, durante a Guerra Fria.

Desde a campanha eleitoral, ela passou a ser alvo de ataques dos republicanos e diferentes integrantes do atual governo. Trump chegou a dizer que a agência é composta por “radicais loucos de esquerda” e o bilionário Elon Musk, chefe do Departamento de Eficiência Governamental (Doge), afirmou que a USAid era um “ninho de víboras marxistas de esquerda radical”.

Com a suspensão dos financiamentos, até a página da agência na internet deixou de funcionar.

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