No sábado (5/4), uma cena viralizou no Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib): um grupo de pais revoltados com a demora no atendimento derrubou uma das portas do pronto-socorro da unidade de saúde.
A superlotação no local e a demora podem ser consequência da falta de profissionais. Segundo o Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem (Sindate-DF), faltam 379 técnicos de enfermagem no Hmib. Já no Hospital Regional de Taguatinga (HRT), o déficit é de 489.
Segundo a diretora do Sindate Josy Jacob, a situação é preocupante. “Cirurgias eletivas são canceladas porque simplemente não tem equipe.”
Jacob ressaltou que o DF está entrando no período sazonal de doenças respiratórias. A rede precisa de leitos pediátricos, mas o número atual de técnicos de enfermagem é insuficiente.
Ortopedia
Drama semelhante é vivido na Ortopedia do HRT. Em alguns dias, a ala tem 56 pacientes, alguns em isolamento, com a assistência de apenas três técnicos de enfermagem.
“Há uma grande sobrecarga de trabalho. É uma demanda muito intensa, e os funcionários estão adoecendo. Os pacientes reclamam da demora e descontam na gente”, comentou.
O número de afastamentos é crescente, o que sobrecarrega ainda mais quem segue nos plantões. Há falta até mesmo de padioleiros para o transporte dos pacientes.
Outro lado
A Secretaria de Saúde informou que atualmente há 561 técnicos em enfermagem no Hmib, com uma carga horária total de 18.700 horas, e 767 servidores no mesmo cargo no HRT, totalizando 26.160 horas.
A pasta argumentou que entre 2024 e 2025 promoveu 37 ampliações de carga horária no Hmib e 11 no HRT.
A secretaria lembrou que fez um concurso em 2023, com 200 vagas imediatas e 1.000 vagas para cadastro reserva. Até o momento, 446 candidatos já foram nomeados.