O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira (20/3) que vê “boa vontade” dos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), com a agenda econômica e disse que o Congresso “está fazendo sua parte”.
Haddad se reúne nesta quinta com os 28 membros da executiva nacional do PT, na sede do partido, em Brasília (DF). Ele foi recebido pelo presidente da sigla, senador Humberto Costa (PE).
O tema central é dar explicações sobre as duas medidas recentes da equipe econômica — o consignado privado e a isenção de Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil.
“Eu vejo muito boa vontade dos dois presidentes, tanto do presidente Davi quanto do presidente Hugo Mota, muito boa vontade. Tem projetos que são pouco polêmicos, o consignado mesmo é a extensão de um direito”, disse Haddad, citando o consignado privado para celetistas.
“Não vi nenhuma manifestação contra esse projeto”, disse. E completou: “O Orçamento deve ser votado, parece que está arredondo para ser votado. E os outros projetos também, a maioria deles, a grande maioria deles é pacífico. Uma coisa ou outra que precisa ajustar a redação, mas eu não estou vendo.”
Em seguida, ele disse que a reforma do Imposto de Renda “vai exigir mais debate com a sociedade”.
“Nós sabemos que tem um partido político que defende os super-ricos, mas não é o caso do partido dos trabalhadores que defende justiça social. Nós não somos contra ninguém. Entendemos que todo mundo tem a sua cota justa de contribuição. E que o super-rico precisa dar a sua cota justa de contribuição.”
Novo presidente do PT
Antes de receber Haddad, o presidente do PT disse que o partido seguirá combativo, mas com unidade. O senador Humberto Costa assumiu o partido com a ida da ex-presidente Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais, pasta responsável pela articulação política do Palácio do Planalto com o Congresso. Ele ficará no posto até as eleições, em julho.
“O PT é um partido plural, que tem concepções políticas e ideológicas que vão desde pessoas que são comunistas, marxistas até cristãos progressistas e é natural que nós tenhamos divergências”, afirmou Humberto Costa.
“Agora, essas divergências precisam ser tratadas com tranquilidade, com transparência, para que nós possamos, ao final desse processo, estarmos todos unidos em torno não somente das pautas que serão aprovadas, mas também dos nomes que vão compor a nova direção do partido”, completou.