O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou, nesta quinta-feira (10/4), que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recomendou ter “muita prudência” ao lidar com questões relacionadas ao tarifaço de Donald Trump.
“Os canais diplomáticos estão abertos, e as conversas com o governo dos Estados Unidos estão acontecendo”, declarou Haddad a jornalistas na portaria do Ministério da Fazenda.
Ao ser questionado sobre a leitura do governo em relação às medidas protecionistas de Trump, o ministro preferiu não comentar a fundo, devido à volatilidade nas ações da gestão trumpista, as quais, segundo Haddad, estão deixando as pessoas inseguras.
“Como as coisas mudam a cada 24 horas no plano internacional, não há uma diretriz clara, e as pessoas estão com muita insegurança sobre o que está acontecendo com o governo dos Estados Unidos. Não é possível, nesses poucos dias transcorridos, de fazer uma avaliação criteriosa. Então, qualquer coisa que eu falasse aqui pode ser desmentida amanhã, a depender dos desdobramentos do que vai acontecer”, disse Haddad.
Ele prosseguiu: “Esta semana, as coisas mudaram de novo. A tarifa mais alta só ficou valendo para a China. Então, você não quer guardar um posicionamento final para saber como proceder. O mais importante é que nós temos relações históricas de negociação com os Estados Unidos, e nós estamos na mesa já há algumas semanas, dialogando”.
Diplomacia durante o tarifaço
A jornalistas Haddad enalteceu o papel diplomático do Brasil durante as tratativas com os norte-americanos. Segundo ele, o Brasil não ter sido um dos grandes alvos “faz parte da atuação da boa diplomacia brasileira”.
O governo dos EUA decidiu aplicar um imposto mínimo de 10% contra os produtos brasileiros importados.
Haddad também comentou a possibilidade de o Brasil ampliar o número de parceiros comerciais. Ele frisou que o país segue aumentando o comércio com todos os grandes três blocos econômicos e negou a chance de o Brasil ser “anexo” de qualquer um deles.
“Nós vamos sempre investir na política, na economia, no multilateralismo. Esse tem sido o mantra do presidente Lula”, pontuou. “Não há mudança de postura da diplomacia brasileira, é um princípio que rege o governo do presidente Lula”, completou.