Goiânia – Henrique Marcos Rodrigues, acusado de matar a ex-professora Cleide Aparecida dos Santos, em Inhumas, na região metropolitana da capital goiana, foi condenado a 21 anos de prisão pelo crime, em regime inicialmente fechado. O Tribunal do Júri ocorreu nessa quarta-feira (9/4), e a sentença foi assinada pela juíza Isabella Luiza Alonso Bittencourt.
Além de matar a professora, Henrique causou lesões graves em Anício Nonato da Silva Júnior, filho da vítima, que ficou ferido ao tentar defender a mãe durante o ataque a facadas.
O crime, ocorrido em 2022, teria sido motivado por supostas repreensões feitas por Cleide em razão do comportamento de Henrique em sala de aula e por ele vender drogas nas proximidades da escola. O jovem estudou na unidade de ensino onde a vítima trabalhava, o Colégio Estadual Presidente Castelo Branco, em 2014.
O crime
A professora Cleide Aparecida dos Santos, à época com 60 anos, teve a casa invadida por um homem encapuzado durante a madrugada do dia 24 de agosto de 2022 e foi morta a facadas.
Henrique invadiu a residência pela janela e, logo, foi visto pela vítima. O crime teria sido motivado por vingança. O ex-aluno, que é usuário de drogas, foi alvo de ações de Cleide no período em que ela esteve como diretora. Ela tentou inibir o uso e a comercialização de entorpecentes no interior e nas imediações do colégio, conforme a polícia.
A professora, ao perceber o ataque, chegou a gritar pelo filho de 20 anos, que estava com ela em casa. O jovem tentou conter o criminoso, iniciando uma luta corporal, mas também foi ferido, com um corte no braço.
Fuga e prisão
Após esfaquear Cleide, Henrique, que estava encapuzado, pulou o muro e fugiu. O Corpo de Bombeiros chegou a ser acionado para socorrer a professora, ela foi levada para um hospital da cidade, mas não resistiu.
O suspeito foi encontrado pela polícia em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), enquanto buscava auxílio médico, pois havia se ferido durante a fuga.
Antes do crime, Henrique tinha passagens pela polícia. Em fevereiro de 2022, foi preso por tráfico de drogas após uma operação que encontrou maconha, dinheiro e uma faca na casa dele. Como réu primário, conseguiu liberdade via habeas corpus após duas semanas detido.
Dedicação à educação
Cleide Aparecida dos Santos dedicou 37 anos à educação em Goiás, atuando como professora, diretora e, nos últimos anos, profissional de apoio a alunos com necessidades especiais no Atendimento Educacional Especializado (AEE).
Formada em pedagogia pela UEG e especializada em psicopedagogia, ela passou a maior parte da carreira no mesmo colégio que hoje carrega o nome dela.