Goiânia – Duas mulheres donas de clínicas de estética na capital goiana e em Aparecida de Goiânia são investigadas por lesões corporais graves contra clientes. Uma das vítimas chegou a perder a funcionalidade do pênis após um procedimento estético com uma das suspeitas.
De acordo com a delegada Débora Melo, responsável pela apuração do caso, até o momento seis vítimas procuraram a Polícia Civil de Goiás (PCGO). Mas o número pode ser muito maior.
Nessa quinta-feira (20/3), a corporação deflagrou a operação Beleza Sem BO, cujo alvo era as donas das clínicas. Uma delas, Maria Silvânia (foto em destaque), foi presa preventivamente e a outra, Luana Jaime, está foragida e é procurada pela Interpol.
Conforme a delegada, a investigação do caso começou em 2023, quando duas pacientes de Maria Silvânia realizaram procedimentos nos glúteos e terminaram hospitalizadas em unidades de terapia intensiva intubadas.
Nessa situação, a mulher foi denunciada, e a polícia descobriu que ela se apresentava como biomédica. Porém, com diploma falso.
Maria Silvânia era aluna de Luana Jaime, que também se apresentava nas redes sociais como enfermeira com especializações internacionais em estética, o que não tinha nenhuma comprovação. Elas tinham como carro-chefes os procedimentos de preenchimento íntimo.
Ao longo do ano de 2024, as clínicas das duas foram alvos de operações e interdições. Ao fim do ano, a vítima de lesão corporal grave procurou a PCGO e relatou que havia feito um preenchimento peniano com o que acreditava ser ácido hialurônico. Contudo, após exames, descobriu-se que a substância era PMMA. O procedimento teria custado R$ 4,8 mil e deu errado, já que o homem diz ter perdido a funcionalidade do pênis.
Com isso, a polícia pediu a prisão preventiva das duas, por entender que apresentam riscos à população.
Ao descobrir que foi denunciada, Luana Jaime saiu do país. Ela é procurada pela Interpol. Maria Silvânia acabou presa nessa quinta.
Mais vítimas
A delegada Débora Melo acredita que o número de vítimas pode ser muito maior. Até o momento, seis pessoas procuraram a corporação, quatro delas vítimas de Luana, e duas de Maria Silvânia.
As mulheres devem ser indicadas por cinco crimes: lesão corporal grave, exercício ilegal da medicina, indução ao erro, falsificação de documentos e execução de serviços de alta periculosidade.
Nas redes sociais, Luana chegava a dizer que era especialista em procedimentos invasivos.
Débora Melo fez um apelo aos interessados em procurar atendimento estético para que se atentem e se assegurem dos profissionais escolhidos. A delegada também chamou a atenção para a facilidade dos falsos profissionais em conseguir diplomas falsos. Segundo ela, todos os registros que elas conseguiram eram falsos.