A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou que seguirá dialogando com o PDT após o partido anunciar que deixou a base de apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Câmara.
A sigla decidiu se afastar do Planalto formalmente nesta terça-feira (6/5), quatro dias após a demissão de Carlos Lupi do comando do Ministério da Previdência, no âmbito do escândalo de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O esquema foi revelado pelo Metrópoles.
“Respeitamos o posicionamento da bancada, e seguimos dialogando com o PDT, contando com o apoio do partido nas matérias de interesse do país”, afirmou Gleisi Hoffmann ao Metrópoles, por meio da assessoria.
O governo decidiu manter a Previdência Social sob comando dos pedetistas, avaliando que o desgaste valeria a pena diante da iminência de perder uma bancada com 17 membros, num cenário de difícil relação com o Congresso.
Nos bastidores, deputados do PDT afirmaram que a nomeação de Wolney Queiroz como novo titular da Previdência Social não foi combinada com a bancada, ainda que ele tenha sido secretário-executivo de Lupi na pasta. O novo ministro também liderou os pedetistas quando foi deputado federal, mas não conseguiu arregimentar os ex-colegas de Câmara.
De acordo com interlocutores, a decisão de abandonar o alinhamento formal ao governo Lula foi tomada numa reunião da bancada e de maneira unânime. Como mostrou o Metrópoles, após a crise causada pela operação da Polícia Federal contra a fraude bilionária no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o PDT ameaçava deixar a base governista caso Lupi fosse demitido.
Antes de o escândalo estourar, o partido demonstrava insatisfação e pleiteava até mais espaços para permanecer no governo. A bancada reclamava que chegou às vésperas da eleição de 2026 como uma das mais fiéis ao Planalto, mas sem a devida representatividade na Esplanada. Eles cobraram outra pasta ou órgão com “capilaridade”, isto é, capacidade de conversão em votos para o próximo pleito.