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quarta-feira, 12 março, 2025
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    HomeBrasilGêmeos afogados em MG: veja cuidados para quem tem piscina em casa

    Gêmeos afogados em MG: veja cuidados para quem tem piscina em casa

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    O caso dos irmãos gêmeos, de 1 ano e 4 meses, que morreram afogados na piscina de uma casa no bairro Santa Rosa, em Ubá (MG), na última semana, levantou o debate sobre os cuidados que pais e responsáveis de crianças devem ter quando tem piscina em casa. De acordo com dados do boletim epidemiológico 2025 da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), ano base 2023, uma criança morre afogada dentro de casa por dia no Brasil.

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    Os irmãos gêmeos, de 1 ano e 4 meses

    Irmãos gêmeos de 1 ano e 4 meses morrem afogados em piscina de casa
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    Gêmeos morreram afogados no sábado (8/2)

    Reprodução/TV Record

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    Os irmãos gêmeos, de 1 ano e 4 meses

    Reprodução/TV Record

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    Irmãos gêmeos de 1 ano e 4 meses morrem afogados em piscina de casa

    Freepink/Reprodução


    Cenário de afogamento infantil no Brasil (dados base 2023)

    • Afogamento é a 2ª causa óbito de 1 a 4 anos, 4ª de 5 a 9 anos. 3ª de 10 a 14. 4ª de 15 a 24 anos.
    • 4 crianças morrem afogadas diariamente no Brasil. 2 adolescentes morrem diariamente no país.
    • Crianças menores que 9 anos se afogam mais em piscinas e residências.
    • Crianças maiores de 10 anos e adultos se afogam mais em águas naturais (rios, represas e praias).
    • 54% das mortes até 9 anos de idade ocorrem em residências.
    • Crianças de 4 a 12 anos que sabem nadar se afogam mais pela sucção da bomba em piscinas.

    Ao Metrópoles, o secretário geral da Sobrasa, David Szpilman, disse que os números relacionados ao afogamento infantil tiveram uma redução nos últimos anos, porém com uma variação pequena. “Ano a ano vem reduzindo. Somente no período da pandemia do Covid-19 que aumento pela maior permanência das crianças em casa”, disse. Ainda segundo dados da Sobrasa, a cada 90 minutos um brasileiros morre afogado, em que a instituição reforça que a cura é a prevenção.

    O Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF) esclarece que as crianças devem estar sob monitoramento constante de um adulto durante o período dentro da piscina. A corporação reforça que as piscinas devem ter cercas, capas de proteção, ralos antiaprisionamento (anti-sucção) e pisos antiderrapantes.

    Se a piscina não estiver em uso, ela deve permanecer trancada. Após o uso, não deixe brinquedos na piscina, pois isso pode chamar a atenção das crianças, que podem se afogar ao tentar resgatá-los.

    Muitos pais utilizam bóias e flutuantes para deixarem os filhos mais seguros dentro da água. Os bombeiros trazem que bóias de braço e coletes são ótimos para crianças menores, pois oferecem maior flutuação. Já as boias de cintura são mais indicadas para crianças maiores, mas não substituem a supervisão constante.

    A corporação alerta os pais para sempre verificarem a qualidade dos equipamentos, certificando-se de que são aprovados por órgãos de segurança competentes. Também os responsáveis pelos menores precisam ter cuidado com bóias e flutuantes infláveis, pois eles podem sofrer avarias e perder a eficiência.


    O que fazer caso se depare com uma criança vítima de afogamento?

    • Retire-a imediatamente da água e acione o Corpo de Bombeiros com prioridade.
    • Verifique se ela está respirando e tem pulsação. Se não, inicie as manobras de reanimação cardiopulmonar, realizando de 100 a 120 compressões torácicas por minuto.
    • Em crianças menores de 1 ano, as compressões devem ser feitas com as pontas de dois dedos (indicador e médio), no centro do tórax, entre os mamilos.
    • Em crianças maiores de 1 ano, utilize apenas uma das mãos.
    • Após 2 minutos, verifique se a criança voltou a respirar. Se não, continue as compressões por mais 2 minutos.
    • Se a criança voltar a respirar, coloque-a em posição lateralizada e aguarde o socorro chegar.
    • Em caso de emergência, acione imediatamente o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193.

    Os cuidados com a piscina surgem bem antes do momento de entrar na água. Quando se trata de piscinas residenciais, é preciso planejamento para evitar acidentes futuros. O professor do departamento de projeto, expressão e representação em arquitetura e urbanismo (PRO) da Universidade de Brasília (UNB), Frederico Flósculo Pinheiro Barreto, pontua que as piscinas devem ter lugar certo, mas que atualmente têm sido usadas como um objeto de ostentação e status, deixando o local perigoso.

    “A maioria das piscinas é de facílimo acesso, ao ponto de todas as circulações do térreo das melhores casas levarem às piscinas, com absurda acessibilidade. Não deveriam. Piscinas são objetos caros, devem ser criativamente projetadas e devem ser cercadas de elementos que as tornam tão seguras quando ‘cenográficas’”.

    Para Barreto, as piscinas perigosas são aquelas mais acessíveis. De acordo com o especialista em construção civil, criar rampas de acesso, guarda-corpos, áreas profundas espacialmente desenhadas para esses adultos que apreciam mergulhos curtos e profundos são formas de deixar um ambiente seguro para o banho. “ Não se deve projetar piscinas como as de Las Vegas dos anos 1950. Estamos na década de 2020 e merecemos projetos mais cuidadosos e inteligentes. A maioria das piscinas é “burra e perigosa” para as crianças”, frisa.

    Por fim, o professor da UNB destaca a importância dos guarda-corpos, em que impedem uma aproximação sem controle, tanto de crianças, quanto pessoas mais velhas e indivíduos alcoolizados.

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