Quase 20 anos antes de conseguir fugir do Complexo Penitenciário da Papuda, Argemiro Antônio da Silva, 62 anos, já tramava planos para escapar.
Em 2004, o ladrão de bancos foi pego cavando um túnel no Centro de Internamento Reeducação (CIR). O bloco é o mesmo que Argemiro conseguiu fugir em 3 de janeiro deste ano. Na fuga, ele serrou as grades do banheiro da ala dos idosos.
No ano seguinte, ele danificou a janela da cela em que ficava. As duas situações foram consideradas graves pela administração penitenciária da época.
O que sabemos até agora:
- Com 62 anos, Argemiro serrou grades de banheiro e escapou da ala dos idosos da Papuda;
- Argemiro foi condenado a 125 anos de prisão por uma série de crimes, como roubo a banco e latrocínio;
- Ele já comandou roubo a banco de dentro da cadeia pelo WhatsApp;
- Quadrilha de fugitivo levou cerca R$ 1,3 milhão de banco em Goiás;
- Com escopeta, Argemiro invadiu banco em área nobre do DF;
- Grupo de fugitivo sequestrou família de gerente de banco em Brazlândia para concluir roubo à instituição;
- Argemiro roubava banco com o apoio de três irmãos;
- Interpol foi acionada para incluir Argemiro na lista vermelha de procurados;
Outras punições
O tempo na Papuda rendeu diversas infrações a Argemiro. Ele foi apontado mais de uma vez por insuflar uma massa carcerária contra os agentes penais. Em uma delas, detentos informaram que foram obrigados por Argemiro a fazer uma greve de fome.
O objetivo era chamar atenção à situação vivida dentro do presídio, reivindicando direitos aos presos e aos familiares que visitaram o detento. O ato de “rebeldia” ocorreu em 2004.
Em 2009, Argemiro passou 10 dias na solitária após sua esposa ser flagrada levando 50 gramas de maconha para dentro da penitenciária. Ela foi condenada por tráfico.
A situação é citada em um processo de dentro da penitenciária em que os agentes pediam a transferência do detento para outro bloco. Segundo a solicitação, tanto os presos quanto os policiais temiam as represálias de Argemiro por terem denunciado ele e a esposa.
Na ocasião, Argemiro viu a companheira de 20 anos ser presa na sua frente. Questionado pelo agente que fez o flagrante, o detento o teria desacatado proferindo a seguinte frase: “vai para o caralho. Já estou encarcerado, querem mais o quê?”.
Em 2013, Argemiro solicitou que fosse transferido de unidade, alegando que estava sendo perseguido pelos policiais penais. No mesmo ano, ele mudou de ideia.
Qualquer informação sobre o paradeiro de foragidos do sistema penitenciário deve ser repassada à Polícia Penal do DF pelo telefone (61) 99666-6000, à PMDF pelo 190 e à PCDF no 197. A denúncia é feita de forma anônima.