A família do indigenista Bruno Pereira, morto a tiros em junho do ano passado, iniciou uma campanha de financiamento coletivo na plataforma Vakinha para arrecadar fundos ao tratamento de Pedro Pereira, 5 anos, filho do ativista. A criança foi diagnosticada com um neuroblastoma estágio 4 — câncer infantil que cresce em partes do sistema nervoso.
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Segundo Pelado, a perseguição à lancha na qual Bruno e Dom estavam durou cerca de 5 minutos. Jeferson Lima, outro envolvido no crime, teria atirado contra Bruno, que revidou com tiros
Divulgação/Funai
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A morte de Bruno Pereira foi causada, segundo os peritos, por traumatismo toracoabdominal e craniano por disparos de arma de fogo com munição típica de caça, “que ocasionaram lesões no tórax/abdômen (2 tiros) e face/crânio (1 tiro)”
Funai/Divulgação
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Bruno era considerado um dos indigenistas mais experientes da Funai. Ele dedicou a carreira à proteção dos povos indígenas. Nascido no Recife, tinha 41 anos. Ele deixa esposa e três filhos
Reprodução
Filho do indigenista Bruno Pereira, morto em junho do ano passado
Pedro Pereira, 5 anos, filho do ativista Bruno
Reprodução
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Hoje, a luta do menino é para que a doença não se espalhe. O garoto precisa de um medicamento usado a esse fim. Porém, além de ser caro, o remédio não é disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Até o momento, o esforço arrecadou R$ 16.205,89 e conta com 72 apoiadores ativos. A meta é alcançar R$ 2 milhões.
Quem é Bruno Pereira
Em junho do ano passado, o indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Philips desapareceram na região do Vale do Javari, na Amazônia. Pouco tempo depois, a polícia local encontrou remanescentes humanos na região, mas, antes que pudessem ser analisados, o Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como Pelado, confessou envolvimento no crime, junto com o irmão Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos.
De acordo com a Polícia Federal (PF), a dupla matou os ativistas a tiros, queimou os corpos e os enterrou. As duas vítimas haviam se desentendido com o grupos que faziam pesca ilegal na região, que é o segundo maior território indígena do país e na qual há diversos conflitos envolvendo tráfico de drogas, garimpo ilegal e roubo de madeira.