Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revelou que a exposição de idosos a temperaturas acima dos 40ºC, por mais de quatro horas, aumenta em até 50% o risco de morte por doenças como hipertensão, diabetes, insuficiência renal, infecção do trato urinário e Alzheimer.
Os pesquisadores chamam atenção para a atual onda de calor que atinge várias regiões do país. O artigo, publicado na plataforma MedRxiv em janeiro deste ano, foi submetido a revistas científicas internacionais.
A pesquisa foi feita a partir da análise de 466 mil registros de mortes naturais no Rio de Janeiro entre 2012 e 2024, e de aproximadamente 390 mil óbitos por 17 causas específicas. Dessas, 12 apresentaram aumento da mortalidade entre idosos durante períodos de calor extremo.
Os números destacados foram examinados separadamente de acordo com a classificação de níveis de calor (NC) do Protocolo de Calor do Rio de Janeiro. O índice varia de um a cinco e aponta quais são os riscos e que ações devem ser tomadas.
O nível quatro, por exemplo, é marcado quando as temperaturas são superiores a 40ºC por quatro horas ou mais. Já o nível cinco ocorre com temperaturas iguais ou superiores a 44°C por duas horas. O aumento da mortalidade foi semelhante em ambas as condições, mas ficou ainda mais grave à medida que o tempo de exposição ao calor aumentou.
Os pesquisadores criaram uma nova métrica, chamada de Área de Exposição ao Calor (AEC), a qual considera não apenas a quantidade de calor, mas também o tempo de exposição. O método se mostrou mais eficiente para identificar dias de calor extremo do que médias ou máximas de temperatura. Assim, foi possível confirmar que as grandes temperaturas são um risco real para idosos e pessoas com doenças crônicas.
As ondas de calor mostram que o problema pode ser enfrentado por pessoas de todas as regiões do Brasil. Trabalhadores expostos ao sol, crianças, idosos, pessoas com doenças crônicas e vivendo em situação de rua são os grupos mais afetados pelas temperaturas extremas.
Os pesquisadores destacam que a implementação de políticas públicas de adaptação e proteção da população são cada vez mais necessárias.
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