Surto de Ebola, epidemia de dengue e pandemia da Covid-19. Esses são alguns exemplos de situações envolvendo doenças transmissíveis que vivemos recentemente. Tais classificações são feitas de acordo com a capacidade do patógeno de proliferação no ambiente, mas existem diferenças para que cada enfermidade seja classificada compativelmente com seu tipo. Você sabe quais são?
De acordo com a médica Márcia Ney, professora da Universidade Unigranrio Afya, no Rio de Janeiro, o que determina a mudança de classificação de uma doença de surto para epidemia ou pandemia é a disseminação geográfica da doença.
“A classificação varia de acordo com a doença e o número de casos esperados, notificados e diagnosticados observados ao longo do tempo em uma região através dos serviços de vigilância epidemiológica. Fatores como a taxa de infecção, a gravidade da doença e o impacto na saúde pública influenciam”, explica a médica.
Diferenças entre surto, epidemia e pandemia
- Surto: acontece quando os casos aumentam repentinamente em um local específico, como uma escola ou um bairro.
- Epidemia: ocorre quando a doença se espalha para várias regiões dentro de um país, como as epidemias de dengue e zika no Brasil.
- Pandemia: é a forma que mais gera atenção, pois acontece quando a doença se dissemina globalmente, ultrapassando países e continentes, como a Covid-19 e a gripe H1N1.
Embora os surtos sejam determinados por uma transmissão mais concentrada, eles já ligam o sinal de alerta das autoridades pois, caso não sejam tratados corretamente, podem se agravar, tornando-se epidemias ou pandemias.
Toda pandemia é grave?
Uma doença se torna uma pandemia quando atinge níveis mundiais. Ou seja, quando um vírus, por exemplo, é detectado em diversos países ou continentes ao mesmo tempo. Quem define quando uma doença se torna esse tipo de ameaça global é a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Embora a decretação de uma situação como essa preocupe as pessoas, Márcia explica que o fator geográfico muitas vezes é mais relevante do que a gravidade da enfermidade.
“A gravidade pode estar relacionada com outros fatores, como a taxa de mortalidade, severidade dos sintomas, se é uma doença nova, onde a população não tem imunidade e defesas naturais para combatê-la, se existe algum medicamento ou mesmo a vacinação para prevenção”, destaca Márcia.

Importância da vacinação
Em situações como essas, existem várias medidas para barrar a evolução da transmissão de doenças. A primeira a ser tomada é o monitoramento de casos. A partir daí, as autoridades podem traçar estratégias para controlar a propagação de vírus altamente infecciosos, por exemplo.
Em surtos, uma das primeiras medidas é bloquear a disseminação da doença. No caso de epidemias, intensificam-se as ações, como campanhas de vacinação. Já em pandemias, há medidas internacionais, como restrições de viagens e ampliação da vacinação.
Atualmente no Brasil, a doença que mais preocupa é o sarampo devido às baixas coberturas vacinais e os novos casos em países como Estados Unidos.
“A vacinação é uma conduta protege não só a gente, mas também as pessoas que amamos, nossos familiares, vizinhos e colegas. Então a gente precisa ter a grandeza de se proteger e proteger o outro nesse momento”, ressalta o médico infectologista Tazio Vanni, do Hospital de Base do Distrito Federal.
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