Nessa segunda (7/4), a atriz Fernanda Machado fez um relato nas redes sociais sobre continuar tendo ciclo menstrual mesmo após a retirada de seu útero. O órgão foi removido após a segunda gestação da atriz — por conta de uma complicação, a recomendação médica foi retirá-lo para preservar sua vida.
O procedimento escolhido foi a histerectomia parcial, onde o útero é retirado, mas ovários e colo do útero seguem no local. A menstruação é a descamação do útero, que sangra todos os meses em um processo comandado pelos ovários, que liberam os hormônios do ciclo menstrual.
Os ovários continuam funcionando no caso de Fernanda e, por isso, ela ainda sente os sintomas associados à menstruação, como irritabilidade, dor de cabeça e inchaço.
A atriz ainda tem endometriose, que é caracterizada pela proliferação do tecido endometrial fora do útero — conjuntos de tecido que deveriam estar dentro do órgão aparecem em outros locais, mas mantém a função.
“As lesões geralmente estão localizadas na pelve, mas podem ocorrer em vários locais, como intestino e bexiga. E isso impacta na qualidade de vida dessas mulheres, com restrição de suas atividades e surgimento de dor, desconforto, ansiedade e depressão, além de dificuldade de engravidar”, explica o ginecologista e obstetra Nélio Veiga Junior.
Como os hormônios de Fernanda seguem ordenando que o ciclo menstrual aconteça, as células perdidas pelo corpo da atriz respondem ao chamado, e a dor característica da endometriose ainda acontece.
“Estima-se que 70% das pacientes com a doença sejam sintomáticas e tenham como principais sinais a cólica e a dor lombar”, afirmou o ginecologista Luís Otávio Manes, especialista em endometriose, eme ntrevista anterior ao Metrópoles.
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