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sábado, 19 abril, 2025
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    HomeBrasiliaEmbaixada: desaparecimento de estrangeira pode ter sido forjado

    Embaixada: desaparecimento de estrangeira pode ter sido forjado

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    A representante da Embaixada do Zimbábue no Brasil denunciada por situações de assédio e condições abusivas de trabalho contra uma funcionária estrangeira pode ter cometido falsa comunicação de crime ao forjar o desaparecimento de uma empregada.

    A mulher ocupa cargo descrito como ministra conselheira e registrou o desaparecimento da funcionária da representação diplomática, mesmo sabendo sobre o paradeiro dela.

    No dia 9 de abril, a vítima, em situação de desespero, ingeriu veneno com o objetivo de tirar a própria vida. Ela passou mal, vomitou, foi socorrida por um motorista de aplicativo e acabou levada ao hospital. Após ser medicada, ela sobreviveu.

    A mulher acredita que, diante do episódio, sua chefe teria sido forçada a registrar seu desaparecimento na delegacia para que as situações degrantes de trabalho não viessem à tona. Além de registrar o BO supostamente falso, a representante diplomática ainda teria ficado com o passaporte, carteira de identidade, cartão de febre amarela e demais comprovantes de vacinação da estrangeira.

    O 2º Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Brasília acatou pedido de medida protetiva contra a representante. Segundo o relato, a vítima foi contratada inicialmente como cozinheira, mas passou a prestar serviços íntimos a outra mulher, incluindo massagens nos seios e auxílio em banhos.

    A jovem que veio do país africano há cerca de três anos, também relatou restrições de liberdade e controle de alimentação.


    O que se sabe sobre o caso

    • Uma medida protetiva foi concedida contra representante da Embaixada do Zimbábue por supostas condições abusivas de trabalho contra uma funcionária.
    • A decisão proíbe a representante de se aproximar da vítima a menos de 300 metros e de manter contato, sob pena de prisão preventiva. O caso é investigado, e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) foi acionado.
    • A vítima, contratada como cozinheira, relata que precisou fazer massagens em partes íntimas e que sofreu restrição de liberdade, controle de alimentação e retenção de documentos.
    • De acordo com o relato da vítima, ela, inclusive, sofreu impedimentos quando quis ir ao hospital quando estava doente. Após as situações, tentou suicídio e foi socorrida.

    Massagem nos seios e gritos por pedaço de pão

    De acordo com o testemunho, a vítima foi contratada para cozinhar e limpar a casa do embaixador, mas, na prática, passou a exercer a função de terapeuta e empregada para a conselheira da embaixada. No início, quando chegou sozinha ao Brasil, sua intenção não era trabalhar para os representantes do Zimbábue, mas aceitou o emprego posteriormente.

    Ela afirma que era incomodada frequentemente pela agressora, com ligações insistentes e exigência de disponibilidade a todo momento, não importando o horário. A empregada morava na casa da representante do consulado, no Lago Sul.

    A mulher solicitava a vítima para várias ações de higiene pessoal, incluindo massagens corporais, que, inicialmente, se restringiam às pernas. Nos últimos meses, teria passado a exigir massagens nas pernas, nas costas, nos seios e até em áreas íntimas, sob o pretexto de que tinha feridas, além de pedir ajuda para tomar banho e aplicar talco em sua virilha.

    Questionada sobre sua alimentação, a funcionária disse que, em tese, ela poderia comer na casa. No entanto, certa vez, após pegar um pedaço de pão, ouviu gritos de uma mulher. Haveria fiscalização e controle dos mantimentos ingeridos, o que gerou diversos constrangimentos à vítima.

    Também afirmou que nunca ficou trancada dentro de casa, mas que, certa vez, dormiu nas escadas do jardim, aguardando o amanhecer. Seria impedida de sair livremente em algumas ocasiões. A funcionária chegou a ficar seriamente doente três vezes, segundo o relato, sem ter permissão para ir ao hospital.

    Em um dos momentos em que acabou ficando enferma após ter uma infecção dentária, só conseguiu ir ao centro médico após ser socorrida por outras pessoas vinculadas à embaixada.

     

    Medida protetiva

    A determinação de medida protetiva foi publicada no fim da noite da última quarta-feira (16/4).

    De acordo com a juíza responsável, a representante do consulado do Zimbábue está proibida de se aproximar da vítima a menos de 300 metros e manter qualquer contato com ela por meios físicos ou digitais. O descumprimento poderá acarretar prisão preventiva. O caso ainda está sob investigação, e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) foi acionado.

    Manifestações

    O Metrópoles tenta contato com a Embaixada do Zimbábue no Brasil para receber esclarecimentos. O espaço será atualizado assim que houver resposta da repartição diplomática.

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