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quarta-feira, 21 maio, 2025
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    HomeBrasilEm crise, Correios admite desafios na rede de entregas e prevê reforço

    Em crise, Correios admite desafios na rede de entregas e prevê reforço

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    Tentando se reorganizar após um rombo bilionário registrado em 2024, os Correios têm sido criticados por atrasos nas entregas de encomendas e falta de transparência nas informações de rastreamento das mercadorias por todo o Brasil. Procurada pela reportagem, a empresa estatal admitiu ter enfrentado, nos últimos dias, “desafios na malha operacional”, os quais atribuiu a “ajustes contratuais com fornecedores estratégicos”.

    A estatal disse ter adotado “rapidamente” uma série de ações corretivas e contingenciais para garantir a regularização dos prazos e minimizar impactos nas entregas.

    “A expectativa é de plena normalização dos fluxos operacionais a partir da próxima semana, assegurando o nível de serviço que a população espera da empresa”, disseram os Correios ao Metrópoles.

    Para acelerar ainda mais esse processo, os Correios informaram que buscam ampliar sua capacidade de distribuição, com operações extras previstas nas principais localidades do país no próximo fim de semana (dias 24 e 25/5).

    A empresa ainda destacou que as linhas de transporte que atendem aos estados de São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Bahia e Espírito Santo já estão normalizadas.

    Apesar de ter admitido essas falhas por questões contratuais, a empresa negou qualquer alteração nos procedimentos de postagem, sustentando que, para que a encomenda possa seguir no fluxo postal e ser devidamente rastreada, é indispensável a correta inclusão da etiqueta com o código de rastreamento no momento da postagem.

    Queixas se acumulam

    Pelas redes sociais, cidadãos anônimos, influencers e políticos têm relatado problemas com o envio e recebimento de pacotes. A crise em torno dos Correios têm sido explorada pela oposição ao governo Lula (PT), que fala, inclusive, na abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar problemas na estatal.

    Com Correios em crise, oposição protesta contra novo selo do MST

    Apesar do rombo e das queixas em torno da logística, a quebra de monopólio estatal ou a desestatização da empresa não estão em debate no governo federal.

    4 imagens

    Carreta dos Correios

    Presidente Lula segura camiseta contra privatização dos Correios
    Brasília, (DF) – 29/11/2023 - Presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, participa do programa A Voz do Brasil. Foto Valter Campanato/Agência Brasil.
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    Prédio do Correios em Brasília

    Reprodução

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    Carreta dos Correios

    Divulgação/Correios

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    Presidente Lula segura camiseta contra privatização dos Correios

    Ricardo Stuckert / Reprodução Metrópoles

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    Brasília, (DF) – 29/11/2023 – Presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, participa do programa A Voz do Brasil. Foto Valter Campanato/Agência Brasil.

    Valter Campanato/Agência Brasil

    Sob a presidência de Fabiano Silva dos Santos, a empresa planeja o lançamento de um marketplace próprio e a ampliação do market share internacional. A plataforma própria de e-commerce faz parte de um projeto denominado “Correios do Futuro”, que visa diversificar as atividades da estatal para trazer novas receitas. Ainda não há muitas informações públicas sobre essa plataforma.

    Crise

    Os Correios sustentaram que o prejuízo bilionário registrado em 2024 foi ocasionado pela chamada “taxa das blusinhas”, que dizem ter sido “uma demanda do varejo nacional que teve impacto positivo para o setor, mas negativo para os Correios”.

    Para responder à crise financeira, os Correios anunciaram na semana passada uma série de medidas para conter gastos. Entre as ações imediatas estão a suspensão do trabalho remoto dos funcionários e o lançamento de novos formatos de planos de saúde.

    A estatal também tem prorrogou o prazo para adesão ao Programa de Desligamento Voluntário (PDV) e incentivado a redução da jornada de trabalho, com ajuste proporcional de remuneração, para empregados lotados em unidades administrativas. O principal objetivo das medidas é reduzir e readequar o tamanho do quadro de pessoal.

    A suspensão temporária de fruição de férias, a partir de 1º de junho de 2025, referente ao período aquisitivo deste ano, causou reação negativa de empregados, que acusaram a direção de não dialogar com as entidades. As férias voltarão a ser usufruídas a partir de janeiro de 2026.

    Em conjunto, as medidas visam economizar R$ 1,5 bilhão em 2025, após um prejuízo de R$ 2,6 bilhões em 2024. A ideia, afirma a empresa, é focar na redução de despesas e na modernização e retomar as receitas e, assim, fortalecer o fluxo de caixa da estatal.

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