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Em 3 meses, fintech do crime moveu R$ 300 mil com dinheiro do tráfico

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Uma fintech de São Paulo ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC) movimentou, em 3 meses, R$ 300 mil, com o dinheiro obtido do tráfico de drogas. Os suspeitos são alvos da Operação Chiusura, desencadeada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). No total, foram cumpridos 19 mandados de prisão temporária e 80 de busca e apreensão contra um grupo suspeito de tráfico interestadual de drogas e lavagem de dinheiro.

Coordenada pelo Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor) e pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) da Polícia Civil do DF, com apoio das policiais civis dos estados envolvidos, da Polícia Penal do DF e da Polícia Rodoviária Federal (PRF). As medidas são cumpridas no DF, Mato Grosso do Sul, em Santa Catarina, Goiás, Rio Grande do Norte e Alagoas.

A Polícia Civil afirma que o grupo comprava as drogas em áreas de fronteira e as distribuía no DF e em outras unidades da federação.

Operação Chiusura

A rede de tráfico, investigada na Operação Chiusura — encerramento em tradução livre — adquiria drogas em áreas fronteiriças, garantia o transporte seguro de carregamento de cocaína e maconha e distribuía as drogas na capital da república, além de realizar complexas operações envolvendo a lavagem de capitais.

A investigação da Draco também resultou no sequestro judicial de 17 veículos e sete imóveis, incluindo uma residência luxuosa em condomínio fechado, em Goiás.

Veja imagens:

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Apreensão no apartamento do casal

Material cedido ao Metrópoles

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que comandava o ‘núcle foi alvo da PCDF;o Goiás’

Material cedido ao Metrópoles

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celulares e outros materiais apreendidos

Material cedido ao Metrópoles

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durante a prisão casal que comandava

Material cedido ao Metrópoles

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Apreensão de cocaína

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em uma casa localizada em Samambaia

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pela PCDF

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celulares e outros materiais apreendidos durante a prisão

Dezenas de contas bancárias foram bloqueadas, incluindo as da empresa de fachada em São Paulo, que movimentou R$ 300 milhões em três meses. Os investigadores mapearam a inserção social dos criminosos em camadas da alta sociedade em várias capitais brasileiras, onde o alto poder aquisitivo é sinônimo de poder e influência.

O líder da organização criminosa no Distrito Federal, por exemplo, possui uma propriedade rural dedicada à criação de gado leiteiro em Planaltina, mas se mudou para Florianópolis, em Santa Catarina. Já integrantes do núcleo financeiro, em Goiás, ostentam imóveis luxuosos e diversos veículos de alto padrão.

O núcleo nordestino residia em um apartamento de luxo no bairro de Ponta Verde, em Maceió. Já o núcleo do Mato Grosso do Sul mantinha significativos vínculos com o estado do Rio Grande do Norte, onde um dos investigados possuía uma pousada.


As investigações começaram há um ano e meio, apontam que o grupo era dividido em núcleos:

  • No DF, a polícia identificou os responsáveis por movimentar os valores do tráfico em contas bancárias de pessoas jurídicas: Barbosa Transportes e Flávio Auto Peças.
  • Ambas as empresas são sediadas em Trindade (GO) — a primeira é no ramo de transporte de cargas, e a segunda no comércio de peças automotivas
  • A empresa Flávio Auto Peças era administrada por um casal e um dos filhos. As investigações apontam que a oficina foi aberta com uso de documentos falsos.
  • A Polícia Civil afirma ainda que, aos 19 anos, o filho do dono da Flávio Auto Peças foi nomeado assessor parlamentar de um gabinete da Câmara Municipal de Goiânia.
  • Em Maceió (AL), um dos integrantes do grupo criminoso morava em um apartamento de luxo, em Ponta Verde.
  • Em Mato Grosso do Sul mantinha significativos vínculos com o estado do Rio Grande do Norte, onde um dos investigados possuía uma pousada.
  • Em Campo Grande (MS) vive familiares de um integrante do PCC. Thiago Gabriel Martins da Silva, o “Especialista”, encontra-se preso na Bolívia desde 2023.
  • Os parentes do “Especialista”, de Mato Grosso do Sul, são utilizados como testas de ferro, figurando como beneficiários de valores provenientes de traficantes do DF.
  • Um desses familiares é suplente de vereador na cidade de Campo Grande (MS), que ficou fora de circulação por dois meses, aparecendo em janeiro de 2024.
  • A estrutura criminosa é informalmente referida por membros de outros núcleos como pertencente ao “Núcleo Sinaloa”, uma facção criminosa mexicana.
  • Quando estava no Brasil, o “Especialista”  foi indiciado pelo assassinato do garagista Carlos Reis Medeiros de Jesus, conhecido como “Alma”.

 

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