O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), começou, nesta terça-feira (15/7), a coletar assinaturas para um pedido de suspensão do mandato do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por articular sanções contra o Brasil nos Estados Unidos.
Eduardo comemorou a decisão do governo de Donald Trump em taxar em 50% todos os produtos brasileiros. O filho “03” do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está nos EUA desde março deste ano, mantém interlocução com o governo norte-americano em prol de ações que miram decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).
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O requerimento de Lindbergh também pede que a mesa diretora da Casa, comandada pelo presidente Hugo Motta (Republicanos-PB), “reconheça a gravidade institucional das condutas praticadas por Eduardo Bolsonaro” e que o Conselho de Ética seja acionado para dar andamento a representações contra o deputado licenciado.
Trump anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros a partir de agosto na última quarta-feira em uma carta endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No documento, chamou a ação penal por golpe de Estado contra Jair Bolsonaro de “caça às bruxas que deve acabar imediatamente”.
Nas redes sociais, o deputado bolsonarista tem condicionado a revogação do “tarifaço” dos EUA à aprovação de uma “anistia geral e irrestrita” e tem criticado tentativas– inclusive de aliados– de negociar as medidas econômicas de Trump sem tocar nas ações contra Bolsonaro que tramitam na Justiça.
“É inadmissível que um deputado federal, ainda que licenciado, utilize seu cargo e sua visibilidade para agir contra o interesse nacional, em conluio com potências estrangeiras, buscando pressionar instituições brasileiras mediante ameaças econômicas, difamação internacional de autoridades do Estado e sabotagem à soberania nacional”, diz o requerimento do PT.
Pelo regimento interno, um deputado federal pode se licenciar das atividades por 120 dias– prazo que se encerra em 20 de julho. Como mostrado pelo Metrópoles, Eduardo planeja dar uma coletiva nesta quarta-feira (16/7) para falar sobre o futuro de seu mandato. A tendência é que ele abra mão do mandato de parlamentar para seguir nos Estados Unidos.