O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a comentar, nesta sexta-feira (21/11), a decisão do governo dos Estados Unidos de reduzir parcialmente as tarifas impostas ao Brasil. Em vídeo publicado nas redes sociais, o parlamentar afirmou que a medida anunciada pela Casa Branca não deve ser interpretada como resultado da atuação diplomática brasileira, mas sim como consequência de pressões internas enfrentadas pela administração de Donald Trump.
“É uma boa notícia. Ninguém é a favor de tarifas, isso nunca foi nosso projeto, mas enxergamos nelas um meio de pressão”, disse Eduardo.
Leia também
-
Eduardo Bolsonaro se manifesta após retirada de tarifa contra o Brasil
-
Tarifas dos EUA: veja quais produtos tiveram redução de 10%
-
Itamaraty celebra redução de tarifas dos EUA e prega avanço do diálogo
Segundo ele, as sobretaxas haviam sido justificadas por Trump com base em ações atribuídas ao ministro Alexandre de Moraes no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de seus aliados. “Esperávamos que a classe política fosse se engajar na defesa da liberdade, pressionando contra aqueles que originaram a tarifa.”
“Não é mérito da diplomacia brasileira. A inflação americana obrigou o Trump a tirar as tarifas, por exemplo, do Brasil, da Colômbia e de produtos altamente consumidos nos Estados Unidos e que estavam pesando no bolso do trabalhador americano”, afirmou. Ele também citou pressões do movimento MAGA e do Senado norte-americano.
Redução parcial
A decisão da Casa Branca zerou a alíquota adicional de 40% aplicada sobre carne bovina fresca, resfriada ou congelada, cacau, café, frutas, vegetais, nozes e fertilizantes brasileiros. A ordem executiva considera que houve “progresso inicial” após conversas bilaterais entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no início de outubro.
A suspensão vale para produtos que ingressaram nos Estados Unidos a partir de 13 de novembro, e importadores que pagaram a tarifa poderão solicitar reembolso.
Ainda assim, o estado de emergência e parte significativa das sobretaxas continuam em vigor — e o próprio Eduardo Bolsonaro prevê novos desdobramentos: “Pode ter certeza: haverá ainda muitos capítulos da política nacional tendo relação com os Estados Unidos.”
A medida representa uma reversão parcial do tarifaço anunciado em julho, quando Trump elevou as taxas como forma de pressionar o Brasil em meio às críticas ao julgamento de Bolsonaro e às decisões de Moraes. À época, o republicano falou em “caça às bruxas” e ameaçou impor alíquotas ainda maiores caso não houvesse mudanças.
Com a flexibilização, setores exportadores consideram o gesto um alívio importante, mas aguardam novas definições em Washington sobre o restante da tarifa extra ainda mantida.



