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quarta-feira, 26 março, 2025
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    HomeSaúdeÉ verdade que o salmão de cativeiro é perigoso para a saúde?...

    É verdade que o salmão de cativeiro é perigoso para a saúde? Entenda

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    O salmão ganhou popularidade no Brasil na última década por combinar sabor e benefícios à saúde. O peixe é conhecido por contribuir para o bom funcionamento do coração e do cérebro.

    Mas há quem tenha ressalvas sobre o consumo do salmão norueguês, criado em cativeiro, acreditando que ele faz mal para a saúde devido ao uso de pesticidas.

    Além disso, os peixes criados em cativeiro são alimentados com rações industriais — que incluem farinha de peixe, óleos vegetais e corantes sintéticos, como a astaxantina artificial, usada para conferir a coloração rosada à carne. Sem ela, o peixe teria um tom acinzentado.

    O Metrópoles perguntou a nutricionistas se a afirmação é verdadeira ou falsa e como saber que peixe está sendo consumido. Confira!

    É verdade que o salmão de cativeiro faz mal à saúde?

    A nutricionista Vanessa Costa, especialista em comportamento alimentar, explica que não existem evidências científicas sólidas que respaldem a afirmação. Ela destaca que o salmão norueguês de cativeiro é amplamente consumido no Brasil e no mundo, e sua criação segue padrões rigorosos de qualidade e segurança alimentar.

    “Muitos dos receios envolvendo o salmão de cativeiro vêm de desinformações compartilhadas em redes sociais, que generalizam práticas questionáveis de outros países ou fazendas não regulamentadas. A Noruega, em particular, é referência mundial em aquicultura e possui forte regulação sanitária”, conta.

    Além disso, estudos como os publicados no Environmental Science & Technology, em 2020, apontam que, embora o salmão de cativeiro possa conter vestígios de contaminantes como PCBs (bifenilos policlorados) e dioxinas, esses níveis permanecem dentro dos limites considerados seguros para o consumo humano.

    Foto colorida de salmão, sardinhas, sementes, abacate e semente - Metrópoles
    Salmão e sardinha são alguns dos alimentos ricos em ômega 3

    A nutricionista Mayara Cristina, professora do curso de Nutrição da Cruzeiro do Sul Virtual, explica que na criação em grande escala, o uso de antibióticos e pesticidas acaba sendo necessário para evitar que os peixes fiquem doentes.

    “Comer demais substâncias químicas pode causar problemas hormonais, de imunidade e até aumentar o risco de câncer, mas as quantidades permitidas são controladas por órgãos de segurança alimentar. Apesar de existirem receios sobre como o salmão é criado em cativeiro, os órgãos de saúde da Noruega e Europa afirmam que podemos comê-lo sem medo”, aponta.

    Faz mal consumir o corante usado no salmão?

    Apesar da aparência “fabricada”, a nutricionista Vanessa Costa explica que o pigmento é aprovado por órgãos como a Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA, na sigla em inglês). “A crítica, portanto, reside mais no apelo natural versus artificial do que em riscos reais comprovados”, considera.

    O salmão criado em cativeiro tem menos ômega-3?

    Sim. O salmão silvestre se alimenta principalmente de crustáceos como o krill, ricos em astaxantina e ômega-3. Já o salmão de cativeiro é alimentado com ração composta por ingredientes vegetais, minerais e corantes.

    “A alimentação do salmão criado em cativeiro pode mudar a quantidade de ômega-3 e aumentar a gordura ruim”, aponta Mayara.

    Todo salmão de cativeiro é igual?

    As nutricionistas ressaltam a importância de saber a procedência do peixe, para garantir que ele cumpriu todos os critérios de padrão de qualidade. “Ao comprar salmão, prefira marcas com rastreabilidade e certificação de qualidade”, orienta Vanessa.

    No fim das contas, qual é melhor, o salmão de cativeiro ou selvagem?

    Mayara aponta que o salmão selvagem normalmente tem mais equilíbrio na gordura, menos substâncias tóxicas e não recebe antibióticos ou corantes feitos em laboratório, o que o torna mais saudável.

    Contudo, Vanessa acredita que a melhor opção depende do perfil do consumidor. Para quem prioriza custo-benefício e praticidade, o salmão de cativeiro norueguês (com certificação) é uma opção segura e nutritiva. Para quem opta por qualidade nutricional superior e alimentação mais natural, o salmão selvagem pode ser preferível.

    “O mais importante é garantir a procedência e variar o consumo com outras fontes de ômega-3 (como sardinha, atum, chia, linhaça e nozes)”, diz a nutricionista.

    Como saber qual salmão estou comprando?

    “Olhe a embalagem. Se disser ‘selvagem’, significa que ele foi pescado na natureza. Se não falar nada, provavelmente veio de cativeiro. A cor também ajuda – o selvagem é mais vermelho e menos gordo”, afirma Mayara.

    Além disso, a forma de conservação é um fator indicativo importante. “No Brasil, o salmão fresco vendido em supermercados é quase sempre de cativeiro norueguês. O selvagem é 100% congelado, com preço mais elevado e, geralmente, origem no Alasca ou Pacífico Norte”, afirma Vanessa.

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