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quinta-feira, 13 março, 2025
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    É caro, ninguém vê, mas faz toda a diferença: vem aí o Drenar DF

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    Com as águas de março fechando o verão, comerciantes e moradores de Brasília costumavam ficar apreensivos, a esta época do ano, com medo dos grandes alagamentos que se formavam nas tesourinhas e, principalmente, nas primeiras quadras da 400 e 200 da Asa Norte. Porém, a era das enxurradas que interditavam parte da área central da capital, arrastavam veículos, espalhavam lixo e inundavam lojas e garagens de prédios residenciais chegou ao fim. A população, agora, comemora a conclusão da última etapa da maior intervenção no sistema de drenagem urbana da capital, o Drenar DF.

    No último sábado (8/3), com o rompimento de um solo rígido na última fase da obra, as 291 bocas de lobo construídas no projeto já estão aptas a receber água da chuva, com o sistema em funcionamento. Foram investidos R$ 180 milhões em uma obra que passa quase desapercebida, uma vez que a maioria dos operários estão atuando debaixo do asfalto. Os trabalhos podem até não ser vistos, mas a melhoria já é percebida por grande parte dos brasilienses.

    Em suma, o Drenar DF liga 7,7 quilômetros de túneis à tubulação antiga da Asa Norte, abre 291 novas bocas de lobo e cria 108 poços de visita. Dada a complexidade, a obra foi dividida em cinco lotes, que percorrem as imediações da Arena BRB Mané Garrincha, passando pelas quadras 902, 702, 302, 102, 202 e 402 Norte, cruzando a W3 Norte e o Eixo Rodoviário Norte (Eixão), além da via L2 Norte, e chega à L4 Norte. Quatro deles estão concluídos.

    A comerciante Kamilla Mikaelle, 21 anos, é gerente de uma barbearia na 202 Norte há cinco anos e diz que a enxurrada já não toma conta da região. “A correnteza se forma, mas escoa muito rápido, não é mais como antes. A chuva cai e, em questão de dois, três minutos, já não tem mais água na rua”, comenta.

    Fruto das obras do Drenar DF, o rápido escoamento evita que Kamilla perca clientes na barbearia, como ocorria em épocas anteriores. “A gente tinha que mandar mensagens aos clientes pedindo para que eles não viessem ou estacionassem longe”, relembra. “Nosso movimento caía bastante”.

    Outra empresária que via as vendas despencarem com enxurradas longas é a comerciante Bruna Carone, 32. “A minha agenda [de atendimentos] ficava bastante comprometida. Tínhamos muitos atrasos e cancelamentos, o que acabava atrapalhando toda a rotina de quem empreende nesta quadra”, relata a sócia-proprietária de um salão de beleza na 202 Norte, inaugurado em 2019.

    “Depois que as obras começaram, eu percebi uma melhora. O nível da água tem baixado bem mais rápido. A gente ainda fica meio tenso, mas a água não demora mais a baixar”, comemora a empresária. “Melhorou bastante”, encerra.

    As lojas da 202 Norte costumam ter cozinhas subterrâneas. É o caso do restaurante onde trabalha a subgerente Daiane da Silva, 33, que também sofria com o escoamento precário que a quadra possuía antes do Drenar DF. “Inundava tudo. Alagava a cozinha, aqui em cima ficava uma bagunça”, relembra.

    Agora, como cita Daiane, “a água não sobe mais”. “[O escoamento] está sendo até rápido. Quando a gente vê, a enxurrada já escorreu bastante, não fica alagado como era antes. Tá melhorando”, diz.

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    As 291 bocas de lobo do Drenar DF ajudarão no escoamento da água da chuva

    Carros não devem ter dificuldade para transitar
    Bruna Carone, 32, tem um salão de beleza na 202 Norte
    Kamilla Mikaelle, 21, gerencia uma barbearia na mesma quadra
    Também na região, Daiane da Silva, 33, é subgerente
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    Tesourinhas da 202 Norte eram constantemente prejudicadas pelas enxurradas

    Kebec Nogueira/Metrópoles (@kebecfotografo)

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    As 291 bocas de lobo do Drenar DF ajudarão no escoamento da água da chuva

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    Carros não devem ter dificuldade para transitar

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    Bruna Carone, 32, tem um salão de beleza na 202 Norte

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    Kamilla Mikaelle, 21, gerencia uma barbearia na mesma quadra

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    Também na região, Daiane da Silva, 33, é subgerente

    Kebec Nogueira/Metrópoles (@kebecfotografo)

    “Sem destruir as vias urbanas”

    Responsável pela obra, a Terracap considera o Drenar DF um verdadeiro “marco para a estrutura do Distrito Federal”. “Depois de décadas, conseguimos tirar essa obra do papel e transformar em realidade um projeto essencial para a qualidade de vida da população”, celebra o diretor-presidente Izidio Santos.

    O presidente destaca, ainda, a modernidade da obra, que é realizada “sem destruir as vias urbanas”. “Com um investimento de mais de R$ 180 milhões, executamos uma obra moderna, sem destruir as vias urbanas”, afirma.

    Para Izidio, o Drenar DF proporciona, enfim, “solução para os alagamentos no início da Asa Norte”. “A obra reforça o compromisso da Terracap com a segurança e o bem-estar dos cidadãos”, conclui o diretor-presidente.

    Dia de alegria

    O último sábado (8/3) foi um dia de comemoração para os funcionários que atuam para entregar o projeto à população. Na data, as equipes romperam o trecho de solo rígido encontrado durante as obras que atrasou o andamento dos trabalhos. Trata-se de um material de difícil intervenção, o que demandou muita força.

    Não à toa, os operários comemoraram quando perceberam que haviam conseguido romper o solo.

    Veja o vídeo:

    O último lote das obras, que encerrará os trabalhos, será entregue em breve, concluindo, enfim, as obras do Drenar DF. Agora, as equipes vão se concentrar na montagem das galerias subterrâneas, que vão dar estabilidade e segurança aos túneis.

    Concluída a primeira etapa do programa, a Terracap, agora, deve executar a segunda fase do projeto, que compreende das quadras 4 e 5 às quadras 14 da Asa Norte. O material está em aprovação na Novacap e aguarda recursos. Um terceiro projeto está em estudo para atender as quadras de finais 15 e 16.

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