O deputado federal Afonso Motta (PDT-RS), cujas emendas parlamentares são alvo de investigação da Polícia Federal (PF), negou envolvimento no suposto esquema e lamentou ter tido o mandato envolvido na situação. O deputado indicou que deve demitir funcionário alvo de mandado de busca e apreensão. Mas não definiu data ainda.
“É uma circunstância lamentável”, disse. “Em momento algum eu apareço como investigado, mas claro que isso não diminui a nossa preocupação com a circunstância”.
Suposto esquema
- A Polícia Federal investiga possível desvio em emendas parlamentares destinadas ao Hospital de Santa Cruz, no Rio Grande do Sul.
- A corporação cumpriu 11 mandados de busca e apreensão e dois de busca pessoal. Entre os alvos está um secretário parlamentar do deputado Afonso Motta.
- O esquema seria de supostos desvios em emendas enviadas para o Hospital Ana Nery.
“Eu nunca tive nenhuma relação que tivesse essa natureza ou esse tipo de envolvimento. Sempre [fiz a indicação das emendas parlamentares] com muita consideração e sabendo da necessidade desses hospitais”, afirmou a jornalistas nesta quinta-feira (13/2).
O parlamentar se reuniu com o presidente da Câmara dos Deputados no final da tarde desta quinta, no gabinete da presidência da Casa Baixa. Segundo Afonso, Motta teria se solidarizado com ele e se mostrado favorável à investigação.
“Ele [o presidente Hugo Motta], claro, me manifestou no sentido de que está junto conosco para que essa investigação continue, para que chegue a um bom resultado, no sentido de apuração, e isso é fundamental”, disse o parlamentar. “Não estamos aqui para negar a possibilidade de que temas dessa natureza sejam investigados e sejam apuradas as responsabilidades”.
O parlamentar frisou ainda que tem acompanhamento sobre as emendas que saem do gabinete dele e defendeu que a instituição envolvida no suposto esquema “representa hospitais de municípios importantes do Rio Grande do Sul que têm investimentos relevantes na saúde pública”.
A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (13/2), a Operação EmendaFest, que busca investigar crimes de desvios de recursos públicos, corrupção ativa e passiva. A corporação cumpriu 11 mandados de busca e apreensão e dois mandados de busca pessoal.
Como mostrou a coluna de Fábio Serapião, do Metrópoles, um dos alvos de busca e apreensão é um assessor do deputado federal Afonso Motta (PDT-RS). O funcionário é o secretário parlamentar Lino Rogério da Silva.
O esquema seria de supostos desvios em emendas enviadas para o hospital Ana Nery, em Santa Cruz (RS). O cumprimento dos mandados foi autorizados pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF).