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De A Cabana a Caim, os livros que Nem da Rocinha leu na cadeia

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Considerado um dos maiores traficantes do país, sobretudo no Rio de Janeiro, Antônio Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha, está preso no sistema prisional federal desde setembro de 2011 e atualmente cumpre pena no presídio de Catanduvas, onde está há um ano.

Em uma cela individual de 6 m², Nem cumpre sua rotina com seis refeições diárias e duas horas de banho de sol, além da possibilidade de participar de atividades laborais e educacionais. No entanto, ele não demonstrou grande interesse pelos estudos ou pela leitura, apesar de ter concluído o ensino médio na prisão.

Antes de ser transferido para Catanduvas, Nem estava detido em Porto Velho, onde concluiu o Ensino Médio por meio da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e participou do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2023, sem conseguir aprovação para nenhuma universidade.

Durante os 13 anos no sistema penitenciário, ele leu apenas cinco livros, segundo registros obtidos pelo Metrópoles — uma média de um livro a cada dois anos e meio.

Entre as obras lidas está A Cabana, de William P. Young, que narra a história de Mack Allen Phillips, um homem devastado pelo brutal assassinato da filha caçula, cujo corpo foi encontrado em uma velha cabana. Anos depois, ele recebe um misterioso bilhete que o leva de volta ao local, onde vivencia uma experiência transformadora.

Outro livro lido por Nem foi O Homem Anônimo, de Amauri Marcondes. A obra conta a história de Carlos Alberto, que, em uma noite chuvosa, presencia a queda de um objeto voador não identificado. Ao tentar socorrer o piloto, descobre que se trata de um extraterrestre.

Veja os livros lido por Enem

  • A Cabana, de Willian P. Young
  • O caçador de Pipas, de Khaled Hosseini
  • Caim, de José Saramago
  • O homem mais inteligente da história, de Augusto Cury
  • Homem anônimo, de Amauri Marcondes

A possibilidade de reduzir o tempo de prisão por meio do estudo é conhecida no meio jurídico como “remição de pena”. O benefício pode ser concedido a detentos dos regimes fechado e semiaberto que se dedicam aos estudos.

No sistema prisional comum, ao fim de cada leitura, o preso deve apresentar uma resenha do livro para todos os detentos da turma, que é avaliada pelo Centro de Ensino para a concessão da remição.

No entanto, por se tratar de um presídio federal de segurança máxima, onde estão alguns dos criminosos mais perigosos do país, não há informações abertas sobre como esse processo ocorre dentro da unidade. Além de Nem da Rocinha, o presídio de Catanduvas abriga Fernandinho Beira-Mar e Marcinho VP, antigo e atual comandante do Comando Vermelho, respectivamente.

O histórico

Antigo chefe da facção Amigos dos Amigos (ADA), Nem trocou de grupo criminoso em 2014 e passou a integrar o Terceiro Comando Puro (TCP). O traficante, entretanto, não assumiu qualquer liderança na nova facção.

Os traficantes que são figuras de liderança dentro de facções, normalmente, são defendidos por advogados particulares que atuam nos casos de outros integrantes do grupo. Nem não tem sequer mais poder dentro da Rocinha, comunidade que chefiou durante oito anos. Ele cumpre pena de 96 anos de prisão.

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