A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), que é vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), lançou nesta terça-feira (29/4), em Brasília, o Festival Curicaca, que se propõe a ser o “mais novo encontro de inovação, sustentabilidade, cultura e desenvolvimento tecnológico do país”.
Segundo a ABDI, o festival contará com 10 trilhas de conhecimento, alinhadas às seis missões da política Nova Indústria Brasil (NIB), e pretende reunir cerca de 100 mil pessoas na capital federal, em eventos que ocorrerão de maio a outubro.
Conforme a agenda, o primeiro ato do Curicaca será realizado nos dias 24 e 25 de maio, em Taguatinga, e o grande encontro final será de 7 a 11 de outubro, na Arena BRB – antigo Mané Garrincha -, com atividades paralelas em diversos pontos da cidade.
A proposta é que o Curicaca tenha modelo semelhante ao do evento que o inspirou, que é o South by Southwest (SXSW), realizado de maneira descentralizada em vários locais da cidade de Austin, no Texas (EUA)”.
Eventos espalhados pela cidade
Durante o evento de lançamento desta terça, o presidente da ABDI, Ricardo Capelli, adiantou que o QG central do festival funcionará na Arena BRB, mas a agenda de eventos “vai transbordar para toda a cidade, para bares, restaurantes, livrarias, casas de cultura. Queremos um evento que consiga envolver as universidades, os tomadores de decisão, as pessoas que fazem inovação e a indústria mostrando concretamente o que está acontecendo”, diz ele.
Capelli destacou que é impossível aprimorar a indústria no país sem debater sobre inovação, enfatizou, no discurso, os desafios a serem enfrentados pelo Brasil.
“Você não faz indústria no Brasil sem debater inovação. A indústria está se transformando rapidamente, os desafios são gigantescos e o Brasil precisa fazer esse casamento entre inovação e indústria, reafirmando a necessidade do Brasil ter uma política industrial, que seja uma política de Estado, que vá para além dos governos. Nesse evento, a gente quer celebrar os resultados da nova indústria Brasil”, expôs.
Reunir indústria, academia e empresas
O objetivo do Curicaca, segundo Capelli, é estabelecer uma união entre “indústria, academia e empresas”. O festival vai propor trilhas de conhecimento que conectam inovação, sustentabilidade e tecnologia. Entre os temas, destacam-se: energia renovável e sustentabilidade energética, inovação em saúde e biotecnologia, transformação digital e Indústria 4.0, além de segurança e defesa tecnológica.
A lista inclui, ainda, indústria verde e economia circular; agroindústria sustentável e agricultura familiar; inovação social e desenvolvimento regional; políticas e regulação; infraestrutura sustentável e mobilidade verde. “Cada trilha é um convite para repensar, construir e transformar realidades, com speakers renomados e ativações da indústria”, anuncia a ABDI.
Ministra destaca importância da inovação
Presente no evento, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, reforçou que o “Brasil passou por um processo muito grave de desindustrialização”, nos últimos anos, o que, segundo ela, impactou no crescimento do país, na qualidade do transporte e no domínio tecnológico.
“Se não entender a importância do domínio tecnológico, vai ficar para trás. Aliás, essa grande confusão que a gente vive com a geopolítica mundial, com o mundo em crises, um dos seus pilares é a desfruta pelo domínio tecnológico e não podemos ficar para trás. E é isso que o Curicaca representa: inovação”, afirmou a ministra.
O nome Curicaca
O nome Curicaca foi escolhido para o festival em homenagem à ave típica do Cerrado brasileiro, conhecida por seu canto que anuncia mudanças no tempo, como a chegada da chuva.
“A simbologia da curicaca dialoga diretamente com a missão do festival: ser um marco transformador para a sociedade, trazendo o que há de mais inovador no mundo para a indústria nacional, motor do desenvolvimento econômico e sustentável do país”, explica a ABDI.