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    HomeBrasilCPIs fizeram barulho, mas não tiveram resultado concreto em 2023

    CPIs fizeram barulho, mas não tiveram resultado concreto em 2023

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    No primeiro ano da atual legislatura do Congresso Nacional, parlamentares tentaram movimentar as bases com diversos pedidos para a instalação de comissões parlamentares de inquérito (CPI). A mais popular foi a mista que investigou os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes em Brasília (DF) foram invadidas e depredadas.

    As sessões do colegiado foram marcadas pela forte disputa de narrativas entre a base do governo e a oposição, que divergiram sobre a responsabilidade das invasões. O relatório final, produzido pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA), foi aprovado em outubro e enviado para a Procuradoria-Geral da República (PGR), que decide sobre prosseguir ou arquivar as investigações.

    Nem todas as CPIs, porém, conseguiram concluir os trabalhos no tempo determinado e algumas acabaram antes mesmo de votar os pareceres. Foi o caso da CPI instituída em maio para apurar as ações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), com presidência do deputado federal Coronel Zucco (PL-RS) e relatoria do ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles (PL-SP).

    O relatório final teve teor altamente ideológico, criminalizando movimentos de esquerda e tentando relacionar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a invasões no campo. Segundo Zucco, através de documentos, relatos de testemunhas e diligências em acampamentos, a CPI do MST descobriu uma “verdadeira indústria de invasões de terra”.


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    “Por trás dessa máquina de terror existe uma organização criminosa que se aproveita do fracasso do nosso modelo de reforma agrária para a prática dos mais variados tipos de crimes: invasão de propriedade, depredação, furto, extorsão, ameaça, lesão corporal, maus-tratos aos animais, trabalho análogo à escravidão, violência contra a mulher, crimes eleitorais e porte ilegal de armas de fogo, entre outros”, atacou.

    O deputado solicitou a prorrogação do colegiado, por meio de publicação de um ato do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), para conseguir realizar a votação do relatório. O pedido, porém, não foi atendido e a última sessão do colegiado foi cancelada.

    Já a CPI das Americanas, criada para investigar o rombo contábil de mais de R$ 20 bilhões na varejista, aprovou o relatório final, mas este não pediu nenhum indiciamento, apenas sugeriu medidas para evitar crises semelhantes.

    A CPI das apostas esportivas terminou no fim de setembro, também sem consenso para votar o relatório final, após deputados pedirem vista e criticarem o parecer. Com relatoria do deputado Felipe Carreras (PSB-PE), a CPI apurou manipulação no resultado de jogos de futebol ouviu uma série de autoridades policiais, atletas e representantes de casas de apostas esportivas.

    A CPI das criptomoedas, por sua vez, conseguiu aprovar o relatório do deputado Ricardo Silva (PSD-SP). O colegiado pediu o indiciamento de 45 pessoas vistas como envolvidas em moedas digitais que prometiam ganhos irreais, como o ex-jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho e os sócios da empresa 123Milhas.

    A última CPI finalizada em 2023 foi a chamada CPI das Organizações Não Governamentais, as ONGs. O colegiado também teve alto teor ideológico, sob presidência do senador Plínio Valério (PSDB-AM).

    O relator, Marcio Bittar (União-AC), pediu o indiciamento do presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Mauro Oliveira Pires, por corrupção passiva e improbidade administrativa.

    A decisão final também fica com a PGR, mas é improvável que as CPIs de 2023, tirando talvez a do 8/1, produzam desdobramentos na Justiça.

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