As famílias brasileiras estão cada vez mais atentas à alta dos preços das comidas, que desde meados do ano passado vem crescendo. O avanço da inflação dos alimentos segue refletido nas prateleiras dos mercados.
Sabendo disso, o Metrópoles conversou com economistas para descobrir as melhores dicas para economizar no momento de fazer as compras do mês. Confira como a inflação dos alimentos subiu e como contornar os preços altos.
Alimentos mais caros
- O governo federal está estudando medidas para baratear o preço dos alimentos, que afeta intensamente o bolso do brasileiro mais pobre. O destaque vai para as carnes e o café.
- O preço dos alimentos puxou a alta na inflação de 2024, que fechou o ano em 4,83% – acima da meta projetada pela equipe econômica do governo. O grupo Alimentação e Bebidas avançou 7,69% no ano passado.
- No ano passado, as maiores variações de preços foram das carnes (20,84%) e do café moído (39,60%).
- Em 2024, a inflação de alimentos no domicílio (o que compramos nos supermercados) foi de 8,22%.
- O Palácio do Planalto descartou o tabelamento de preços para forçar a queda nos valores dos alimentos.
Para, Robson Pereira, professor de economia da Faculdade ESEG, do Grupo Etapa, os seguintes fatores contribuíram para a alta dos preços dos alimentos: eventos climáticos (El Niño, seca e enchentes), o ciclo do boi, a depreciação cambial (que pode tornar os produtos importados mais caros) e uma forte demanda do mercado.
Questionado sobre um eventual recuo dos preços das comidas, Pereira avalia que o “mais provável é que tenhamos uma desaceleração no ritmo de crescimento dos preços de alimentos em 2025”.
Mas, segundo ele, “choques podem ocorrer” e “a depreciação da moeda ainda é um fator de risco relevante”.
O técnico de planejamento e pesquisa da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac/Ipea), Claudio Hamilton, ressalta que todas as evidências que temos nesse momento sugerem uma queda no preço dos alimentos.
Para Hamilton, a demanda mundial, o possível recuo do dólar e a supersafra esperada para este ano devem interferir no processo de barateamento dos preços. Ele ressalta que a alta dos alimentos é um fenômeno global.
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“Uma coisa boa da inflação dos alimentos é que os alimentos todos não crescem ao mesmo tempo”. O técnico do Ipea ressalta que o aumento dos preços das comidas “afeta diretamente o bem-estar das populações mais fragilizadas”.
Veja dicas de economistas para que alimentos não pesem no bolso
- Fazer pesquisas de preços.
- Se for o caso, buscar marcas mais baratas e substitutos próximos.
- Visitar supermercados, sacolões, feiras e etc.
- Conferir as frutas e as verduras da estação.
- Verificar os alimentos que caíram e não tiveram grandes oscilações nos preços.
- Ter flexibilidade para variar o cardápio.
- Evitar comer fora com frequência.
- Adotar a prática de fazer marmitas ou comer em casa.
Alternativas das famílias brasileiras
Ao Metrópoles, a servidora pública Juliana Paula Queiroz, de 37 anos, relatou como faz para economizar com alimentos. Segundo ela, o primeiro passo é ir ao mercado com uma tradicional lista de compras.
Esse método é muito usado pelos brasileiros, mas a diferença é que Queiroz não pega os produtos imediatamente. Antes de colocar a mercadoria no carrinho de compras, a servidora confere os preços em lojas virtuais.
Ela diz que um dos benefícios de comprar nessas plataformas é o frete grátis. “Às vezes tem semana que eu recebo uma encomenda: é papel higiênico, extrato de tomate, amaciante, sabão líquido. O jeito que tenho de economizar é esse”, relata a servidora.
Quando não olha os preços na internet, a servidora verifica do jeito tradicional: indo de mercado em mercado. Dessa forma, ela faz uma análise dos preços e escolhe onde será mais vantajoso comprar cada produto.
Outra medida adotada pela família Queiroz é fazer comida em casa para evitar o desperdício e gastar comendo fora de casa. De acordo com ela, eles preparam marmitas e armazenam as porções para cada dia da semana no freezer.