Home Brasilia Comissão da CLDF aprova Cleber Monteiro para a presidência do Iges-DF

Comissão da CLDF aprova Cleber Monteiro para a presidência do Iges-DF

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A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) sabatinou nesta segunda-feira (17/3) Cleber Monteiro Fernandes, nome indicado pelo GDF para assumir a presidência do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF).

Então vice-presidente do Iges-DF, Monteiro foi indicado para assumir a presidência do instituto em substituição a Juracy Cavalcante Lacerda Júnior, nomeado secretário de Saúde do Distrito Federal, após o pedido de demissão de Lucilene Florêncio.

A sabatina foi realizada na Comissão de Saúde (CAS), que aprovou, com três votos a favor – proferidos pelos deputados Daniel de Castro (PP), Jorge Vianna (PSD) e Martins Machado (Republicanos), e dois contrários – Dayse Amarilio (PSB) e Gabriel Magno (PT), o nome de Cleber para gestão do órgão. Agora, Monteiro será submetido ao crivo do Plenário da Câmara Legislativa.

Contrária a aprovação, a deputada Dayse Amarilio, presidente da CAS, abriu o bloco de perguntas indagando ao delegado aposentado da Polícia Civil (PCDF) sobre a carreira dele. Segundo a parlamentar, Monteiro tem “experiência na gestão de segurança”, mas “não expertise na área da Saúde”.

Durante a sabatina, Amarilio perguntou se Monteiro indicaria alguém formado na área da Saúde para a direção da Polícia Civil (PCDF) e aproveitou para indagar o delegado sobre os principais problemas enfrentados pela pasta, tais como: modelo, salários, nomeações, transparência em processos seletivos, criação de uma banca examinadora, entre outros.

Em respostas à presidente da comissão, Monteiro falou sobre planos para mitigação de problemas no instituto e explicou que uma de suas qualidades é a formação de boas equipes.

“Fui negociador da polícia, em momentos de crises, com especialização nessa área. Então, eu consigo com facilidade entender as pessoas e buscar o melhor delas. [Além disso] eu tenho uma qualidade que é montar equipes. Temos profissionais de todas as áreas distribuídos no Iges, cada um com sua expertise para ajudar na gestão”, declarou.

Dívida de R$ 51 milhões e contratações

Ao longo da audiência pública, o deputado distrital Gabriel Magno (PT) indagou o delegado aposentado sobre as dívidas que o instituto mantém. Em resposta a questionamentos, Monteiro falou que, no momento, o déficit do Iges está “por volta de R$ 51 milhões” – quase metade do valor da dívida à época da posse de Jurandir.

Monteiro também falou da contratação de novos médicos e da criação de planos de carreira para manter os profissionais no Iges.

“Temos que ter planos de cargos e salários. Nós queremos que o profissional tenha possibilidade de crescer. Também queremos contratar uma empresa para atender a demandas de contratações do Iges. Precisamos de admissões muito rápidas. Não tem como esperar seis meses quando a crise está batendo na nossa porta”, disse.

Segundo o delegado, o processo de contratação, contudo, “tem de ser feito por meio de um processo em que o candidato seja contratado por meritocracia e não por indicação”.

O convite

Em resposta a distritais, Monteiro explicou o motivo de ter aceitado o convite de gerir a pasta. Segundo o delegado, a missão o motivou.

“O governador me deu carta branca para fazer as mudanças que julgo necessário. […] Esse cargo não me envaidece, a cadeira não me envaidece. Eu fui o único delegado da Polícia Civil [à época em que foi diretor da corporação] que pediu para sair. Disse que estava com problemas de saúde e passei a bola para frente. Não assumo o cargo pela vaidade, mas pela missão que é dada. E tenho um time de profissionais que agregam valores”, disse.

O delegado também respondeu perguntas sobre judicialização e assédios sofridos por servidores dentro do instituto. Segundo ele, um gestor que não saber trabalhar em equipe não pode ocupar o cargo.

Alimentação e contratos

Ao ser indagado por Jorge Vianna (PSD) sobre a alimentação prestada a pacientes do Iges, Monteiro disse que verificará pessoalmente a questão nas unidades ligadas ao instituto.

Durante a fala, Monteiro também citou contratos firmados entre empresas e o órgão. “Criamos uma superintendência para cuidar só de contratos. [Um local] onde os documentos sejam feitos com garantia de serem cumpridos. Passamos por um momento que poucos gestores já passaram, pois a empresa com quem tínhamos acordo [Salutar] estava inexecutando o contrato”, disse Monteiro, fazendo referência à empresa Salutar.

“Demos a ampla defesa, o devido processo legal e reincidimos o contrato com a empresa. [Depois] contratamos nova [empresa] e agora estamos tratando os nossos pacientes com uma condição melhor de alimentação. Quando o contrato não estiver atendendo, temos que ter a coragem de mudar”, pontuou.

Indagado sobre a dívida com a Salutar, Mauro informou que a empresa deixou déficit trabalhista no valor de R$ 12 milhões.

“O que temos agora são demandas judiciais. Eles [Salutar] terão de responder perante juízo. Tudo que tivemos de pedir na ação, já pedimos. Ação criminal está correndo. Não temos compromisso com empresa alguma. Elas são bem remuneradas para entregar um serviço de qualidade”, pontuou.

Sobre as polêmicas envolvendo o contrato do instituto com a UTI Vida, Monteiro disse que o acordo termina em 25 de outubro. Até lá, conforme explicou, equipes do Iges estão estudando para colocar no novo edital todas as soluções para os problemas que enfrentaram durante o contrato com a empresa.

Carreira na segurança

Cleber Monteiro é bacharel em Direito pelo UDF, com pós-graduação em Segurança Pública pela UPIS e especialização em Polícia Judiciária. Foi delegado da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), atuando como diretor-geral em 2009. Na administração pública, exerceu cargos como chefe de gabinete, subsecretário de Mobiliário Urbano, assessor especial da Secretaria de Governo e subsecretário de Patrimônio Imobiliário do GDF.

Presidente da CLDF, Wellington Luiz (MDB) disse que a lei impede que alguém que não seja da segurança assuma a direção da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), mas, conforme declarou o presidente da CLDF, o delegado tem “competência e capacidade” de assumir a gestão do Iges.

“Reconheço a capacidade do Cleber e acredito que o governador acertou ao escolhê-lo. […] Não é a formação profissional que irá determinar seus resultados. Não viria aqui como presidente da CLDF se eu não acreditasse no trabalho do Cleber. Meu desejo é que você [Cleber] dê continuidade ao que o presidente anterior fez. […] Brasília vai conhecer o gestor da Saúde que nós da segurança conhecemos”, declarou Wellington Luiz.

Conforme determina a Lei Distrital nº 6.270, de 30 de janeiro de 2019, o indicado para o cargo de presidente do Iges-DF deve ter o nome submetido previamente à aprovação da CLDF após ser indicado pelo governador do Distrito Federal.

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