A deputada federal Célia Xakriabá (PSol-MG) disse, nesta sexta-feira (11/4), ter sido vítima de racismo institucional, em diferentes momentos dentro da Câmara dos Deputados. A declaração da parlamentar foi dada durante o Acampamento Terra Livre (ATL), em Brasília.
“Nunca confundiram se eles estão de bermuda, se eles são parlamentares. Nunca fizeram confundir parlamentares que estão de salto, com maquiagem, se elas são parlamentares. Com rosto pintado, como vou todos os dias no Congresso Nacional, mas por estar ao lado, marchando, junto aos povos indígenas, usam a narrativa colonial da representatividade: ‘Vocês são tudo igual””, contou a deputada, muito emocionada.
Confira:
Na noite de quinta-feira (10/4), a deputada federal participou da marcha “A Resposta Somos Nós” em direção ao Congresso Nacional, quando indígenas foram atingidos por bombas de gás lacrimogêneo.
Ao inalar a fumaça, Célia precisou de atendimento médico e contou com o apoio dos advogados da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) para conseguir.
Veja o relato da deputada sobre o episódio:
Em nota, a Apib repudia a ação da Polícia Legislativa (Depol) e da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). “O Congresso, além de aprovar leis inconstitucionais, ataca os povos indígenas e seus próprios deputados. A deputada indígena Célia Xakriabá (PSol) e várias pessoas ficaram feridas ao serem recebidas com bombas de gás de pimenta e efeito moral, no local que deveria ser a casa da democracia. Lamentamos o uso desnecessário de substâncias químicas contra os manifestantes, mulheres, idosos, crianças e lideranças tradicionais.”
O ATL acontece todos os anos em Brasília, quando indígenas de diferentes regiões do Brasil viajam até Brasília para cobrar direitos das autoridades e demarcação de terras indígenas.