O deputado federal Glauber Braga (PSol-RJ), que é alvo de processo de cassação por suposta quebra de decoro, afirmou que fará “greve de fome” e que não deixará a Câmara dos Deputados até que o processo seja finalizado.
Correligionários afirmaram que acompanhariam o parlamentar na vigília. Ele afirma ser alvo de perseguição na Câmara.
“Tomei a decisão de utilizar a tática mais radical, do ponto de vista político, que um militante pode fazer. Vou permanecer nesta sala do Congresso Nacional até a finalização do processo. Estou o dia inteiro em jejum e não vou, a partir de agora é até o fechamento deste processo, me alimentar”, afirmou Glauber Braga.
Deputados do PSol reclamaram e afirmaram que há um acordo informal para cassar Glauber. Eles reclamam que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), não convocou a ordem do dia no plenário às 16h, como previsto. Caso isso ocorresse, as comissões da Casa, inclusive o Conselho de Ética, seriam obrigatoriamente encerradas.
O processo alega que Glauber quebrou o decoro parlamentar ao expulsar da Câmara, com chutes, o militante do Movimento Brasil Livre (MBL) Gabriel Costenaro, em abril de 2024. Ainda que o colegiado decida pela cassação, há possibilidade de recurso, e a cassação precisa ser referendada pelo plenário da Casa.
Uma eventual aprovação do Conselho de Ética segue para o plenário. A defesa do parlamentar pode recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que terá o prazo de cinco dias úteis para validar a decisão tomada pelo Conselho de Ética.
No voto, o relator Paulo Magalhães (PSD-BA) considerou que Glauber Braga “extrapolou os direitos inerentes ao mandato, abusando, assim, das prerrogativas que possui”.
Momentos antes da sessão, o parlamentar anunciou a apoiadores que recorreria da decisão à CCJ da Câmara. Caso negado, ele ainda disse que trabalharia para reverter a decisão no plenário e lançaria mão de recursos na Justiça.
Mais cedo, o Conselho de Ética votou requerimento de retirada de pauta da cassação. Entretanto, por 14 votos a 5, a demanda foi derrotada e o colegiado seguiu na apreciação do mérito da matéria.