Edelvânia Wirganovicz, de 51 anos, condenada pela morte de Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos, em 2014, foi encontrada morta no Instituto Penal Feminino de Porto Alegre, nessa terça-feira (22/4). De acordo com a Polícia Penal, a suspeita é de suicídio. A mulher, que era amiga da madrasta de Bernardo, havia sido condenada a 22 anos e 10 meses de reclusão por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
Relembre o caso
- Bernardo Boldrini desapareceu em 4 de abril de 2014, em Três Passos (RS). Segundo a polícia, o garoto foi visto pela última vez quando ia dormir na casa de um amigo.
- O corpo de Bernardo foi encontrado 10 dias depois, enterrado em uma cova, em uma propriedade às margens do rio Mico, na cidade vizinha Frederico Westphalen.
- O atestado de óbito indicou que a morte aconteceu no mesmo dia do desaparecimento e de forma violenta.
- Bernardo foi morto por uma superdosagem de Midazolam, potente sedativo de uso restrito.
- Órfão de mãe, o menino chegou a procurar o Judiciário, ainda em 2014, pedindo para viver com a família materna. A investigação apontou que ele sofria maus-tratos por parte da madrasta.
- Leandro Boldrini, pai do menino, foi o mentor intelectual do crime. Ele e a companheira não queriam dividir com Bernardo a herança (motivo torpe) deixada pela mãe dele, Odilaine, falecida em 2010, e o consideravam um estorvo para o novo núcleo familiar (motivo fútil).
- No total, quatro pessoas foram condenadas pelo assassinato do menino: o pai dele, Leandro Boldrini; a madrasta, Graciele Ugulini; a amiga Edelvânia Wirganovicz; e Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia.
A mulher era amiga da madrasta de Bernardo, Graciele Ugulini, também condenada. Ela admitiu o crime e apontou o local onde o corpo do menino foi enterrado.
Em 2019 ela foi condenada a 22 anos e 10 meses de reclusão por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Em 2022 Edelvânia foi para o regime semiaberto.
Um ano depois ela chegou a utilizar tornozeleira eletrônica por conta de falta de vagas no sistema prisional. Porém, em fevereiro deste ano, após determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin, ela retornou ao regime semiaberto.
De acordo com as investigações, a mulher chegou a aceitar dinheiro para ajudar a esconder o corpo de Bernardo.
O pai, a madrasta e Edelvânia foram denunciados por homicídio quadruplamente qualificado (motivos torpe e fútil, emprego de veneno e recurso que dificultou a defesa da vítima). Já Evandro, irmão de Edelvânia, foi condenado por homicídio simples. Todos foram acusados de ocultação de cadáver.
- Graciele Ugulini, a madrasta, recebeu pena de 34 anos e sete meses de prisão. Na última semana ela foi autorizada a ir para o regime semiaberto.
- Leandro Boldrini, o pai, foi condenado a 33 anos e oito meses de cadeia. Atualmente, ele cumpre pena em regime semiaberto.
- Edelvânia Wirganovicz, a amiga, foi condenada a 22 anos e 10 meses de prisão.
- Evandro Wirganovicz, o irmão de Edelvânia, foi sentenciado a nove anos e seis meses em regime semiaberto. Já cumpriu a pena, que foi extinta em janeiro de 2024, e está solto.