O ex-presidente dos Estados Unidos Joe Biden foi diagnosticado com câncer de próstata com metástase óssea. Segundo informações do gabinete dele, divulgadas nesse domingo (18/5), o câncer encontra-se em “forma agressiva”.
Biden havia sido diagnosticado com um “pequeno nódulo” na sexta-feira (16/5), mas o quadro foi atualizado revelando maior gravidade. De acordo com a imprensa internacional, o ex-presidente e os familiares “estão analisando as opções de tratamento com seus médicos”.
Câncer de próstata
O câncer de próstata é o tipo mais frequente entre os homens, geralmente diagnosticado em idosos. Na maioria dos casos, o tumor cresce de forma lenta, sem apresentar sintomas. Mas ele também pode crescer rapidamente e se espalhar para outros órgãos, quadro conhecido como metástase.
O oncologista Gustavo Fernandes, diretor nacional de Oncologia na Rede Dasa, explica que a metástase para os ossos é a mais comum nos casos de câncer na próstata.
“É uma questão de ‘semente e de solo’. Existe uma preferência das células do câncer de próstata por esse lugar. Em estudos com animais, quando se injeta a célula de câncer de próstata na circulação, o osso é o lugar onde ela gruda mais rápido”, conta o médico.
Segundo o urologista e oncologista Bruno Benigno, do Hospital Oswaldo Cruz e diretor da Clínica Uro Onco, a disseminação para os ossos ocorre quando o tumor adquire maior agressividade, invade vasos sanguíneos e linfáticos, e alcança locais como a coluna vertebral e o quadril.
Além dos ossos, as células cancerígenas podem migrar para os linfonodos (gânglios) e órgãos como fígado e pulmões, o que caracteriza formas ainda mais graves da doença.
“Estima-se que entre 15% e 20% dos homens com câncer de próstata desenvolvem metástases ao longo da evolução da doença”, aponta Benigno.
Sintomas
Os sintomas das metástases ósseas variam de acordo com a extensão e localização da doença. Em muitos casos, os pacientes são assintomáticos no início. No entanto, cerca de 30% deles desenvolvem sinais como:
- Dores persistentes nas costas ou no quadril;
- Fraqueza muscular;
- Dificuldade para andar;
- Fraturas patológicas (causadas pela fragilidade do osso afetado);
- Perda de peso e apetite;
- Sensação de mal-estar generalizado.
A coluna vertebral e a pelve estão entre os locais mais frequentemente acometidos.
Tratamento
Em casos como o de Biden, o tratamento costuma ser baseado em terapias de inibição hormonal. Segundo Fernandes, as terapias visam reduzir os níveis de testosterona e controlar o efeito do hormônio nas células. Além disso, o tratamento pode incluir terapias para melhorar a saúde dos ossos e quimioterapia e terapias-alvo em casos específicos.
Embora o caso do ex-presidente dos EUA seja grave, o oncologista explica que as terapias disponíveis costumam funcionar bem. “O tratamento avançou muito. Hoje vemos homens em cargos de comando trabalhando com esse tipo de doença e exercendo suas funções em alto nível”, conta.
Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto!