O câncer colorretal, também chamado de câncer de intestino, é um dos tipos mais comuns e de maior impacto na saúde pública. A doença afeta o cólon e o reto e, se não diagnosticada precocemente, pode levar a complicações graves.
“O câncer de intestino é a segunda neoplasia mais incidente entre homens e mulheres, e fatores como consumo excessivo de carne vermelha, alcoolismo e tabagismo, hábitos comuns entre os brasileiros, aumentam o risco da doença”, destacou a oncologista Marcela Crosara, do Hospital DF Star, em entrevista anterior ao Metrópoles.
Se não tratado, o tumor pode bloquear o funcionamento do intestino e levar à morte em poucos meses. “A colonoscopia é um exame essencial para identificar lesões pré-cancerígenas e diagnosticar a doença em estágios iniciais, o que melhora significativamente as chances de cura”, acrescentou a médica.
O aumento dos casos, especialmente em pessoas com menos de 50 anos, tem acendido o alerta entre especialistas, reforçando a necessidade de campanhas de conscientização como o Março Azul-Marinho.
Sintomas do câncer de intestino
- O câncer colorretal não apresenta sintomas em seu estágio inicial, e quando os sinais começam a surgir, em geral são inespecíficos.
- Quando o tumor causa sintomas, muitas vezes já está em uma fase mais avançada.
- Os sintomas mais comuns incluem alteração do ritmo intestinal, presença de sangue nas fezes, cólicas ou desconforto abdominal, sensação de empachamento, perda de peso e anemia.
- O diagnóstico precoce é fundamental para aumentar as chances de cura.
Casos entre jovens estão em alta
Um estudo publicado na revista BMJ Oncology em 2023 apontou que, entre 1990 e 2019, o número de diagnósticos de câncer em pessoas com menos de 50 anos cresceu 79%, enquanto as mortes aumentaram 28%. Nos Estados Unidos, hoje, adultos jovens apresentam um risco duas vezes maior de desenvolver câncer de cólon e quatro vezes mais chances de ter câncer retal em comparação com aqueles nascidos em 1950.
No Brasil, o cenário segue a mesma tendência. Segundo médico Samuel Aguiar, líder do Centro de Referência de Tumores Colorretais do A.C.Camargo Cancer Center, a doença é mais prevalente em áreas urbanas e entre adultos em idade produtiva, entre 40 e 69 anos.
“Se tornou comum ver pacientes cada vez mais jovens, com idades entre 35 e 40 anos, sendo diagnosticados com câncer colorretal. Esse aumento está diretamente ligado a hábitos alimentares inadequados e fatores relacionados ao estilo de vida”, afirma.
O que aumenta o risco e como se prevenir?
Embora fatores genéticos possam influenciar, estima-se que cerca de 90% dos casos de câncer colorretal estejam relacionados ao estilo de vida. Alimentação pobre em fibras, consumo frequente de ultraprocessados, sedentarismo, tabagismo e ingestão de bebidas alcoólicas são alguns dos principais fatores de risco.
“Uma dieta equilibrada, rica em vegetais, frutas, cereais integrais e pobre em carne vermelha e embutidos, aliada à prática regular de atividade física, pode reduzir significativamente o risco de desenvolver a doença”, destaca Aguiar.
Entre as principais medidas preventivas estão:
- Manter uma alimentação balanceada e rica em fibras;
- Praticar exercícios físicos regularmente;
- Evitar o consumo excessivo de carne vermelha e ultraprocessados;
- Reduzir o consumo de álcool e parar de fumar;
- Realizar exames preventivos, como a colonoscopia.
Diagnóstico precoce aumenta chances de cura
Além da adoção de hábitos saudáveis, o rastreamento precoce é essencial para combater a doença. Dados do Observatório do Câncer do A.C.Camargo Cancer Center indicam que as taxas de sobrevida podem chegar a 95% quando o tumor é identificado nos estágios iniciais. No estágio 2, as chances ainda são favoráveis, com cerca de 80% de sobrevida.
Apesar disso, entre 55% e 60% dos casos no Brasil ainda são diagnosticados tardiamente, o que exige tratamentos mais agressivos, como cirurgias extensas e quimioterapia, além de impactar a qualidade de vida do paciente e de seus familiares.
Exames simples, como a pesquisa de sangue oculto nas fezes, são uma alternativa acessível para detecção precoce e podem indicar a necessidade de investigações mais detalhadas. Quando diagnosticado no início, o câncer de intestino permite tratamentos menos invasivos.
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