O Instituto de Defesa do Consumidor (Procon-DF) suspendeu as atividades da empresa Laser Fast Depilação a Laser em todo o Distrito Federal. A medida começou a valer nesta segunda-feira (7/4). Até o momento, a instituição registrou ao menos 160 reclamações de clientes, com volume maior a partir do fim de 2024.
As denúncias dos consumidores envolviam o fechamento de lojas da Laser Fast e um consequente descumprimento de contratos firmados, sem explicações ou estorno de valores pagos pelos clientes.
O diretor-geral do Procon-DF, Marcelo Nascimento, destacou que a Laser Fast encerrou as atividades em diversas unidades de atendimento, mas continuava a vender serviços pelo site, a serem efetuados em lojas atualmente fechadas.
“Porém, contratos firmados que estiverem sendo honrados – ou seja, se a empresa estiver atendendo os consumidores – não foram afetados pela suspensão [do Procon-DF] e devem ser cumpridos”, ressaltou Marcelo.
As denúncias levadas em conta pelo instituto estão relacionadas a descumprimento da legislação de consumo; publicidade enganosa; violação ao direito à informação; falha na prestação do serviço; descumprimento de ofertas; e prática abusiva.
O que muda a partir de agora
- A partir da decisão do Procon-DF, as lojas da Laser Fast no Distrito Federal estão impedidas de vender novos pacotes de serviços.
- A decisão também vale para as vendas no site oficial da empresa.
- A suspensão foi motivada pela grande quantidade de abertura de lojas da franquia Laser Fast na capital federal, sem correspondência com lojas que estão divulgadas no site.
- A decisão também levou em conta que a empresa continua a vender pacotes de serviços pela internet e permitindo a escolha de atendimento em unidades fechadas, sem informar aos clientes.
- A suspensão da venda de serviços vai perdurar até a efetiva comprovação da resolução de todas as reclamações abertas.
- Cabe recurso da decisão cautelar do Procon-DF, mas sem efeito suspensivo, em até 10 dias contados a partir da notificação da empresa.
Denúncia revelada pelo Metrópoles
Em março último, a coluna Na Mira recebeu uma denúncia de uma cliente de 29 anos, que registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) após sair prejudicada ao contratar um pacote de serviços de depilação na empresa.
A vítima era cliente da Laser Fast desde setembro de 2024. Três meses depois, ela contratou um pacote pelo valor de R$ 1,1 mil. Inicialmente, ela escolheu fazer 10 sessões de depilação em uma unidade no Lago Sul.
Porém, a consumidora não sabia que a loja estava fechada. A cliente acabou encaminhada para outras duas unidades, mas elas também haviam encerrado as atividades sem que os donos comunicassem aos clientes.
De dezembro a fevereiro, a denunciante era respondida prontamente sempre que enviava mensagens à loja. Contudo, a partir de então, os funcionários pararam de dar retorno, e não chegaram a devolveram o dinheiro pago por ela.
Prejuízos fora do Distrito Federal
Indignada com a situação e com o prejuízo, a cliente postou um vídeo nas mídias sociais e, sem imaginar, uma enxurrada de seguidores comentou que havia passado pela mesma situação, inclusive em outras partes do país, como Alagoas, Minas Gerais e São Paulo. Depois disso, ela denunciou o caso à 5ª Delegacia de Polícia (Área Central) como possível estelionato.
Leia algumas das mensagens trocadas por ela com a empresa:
Além das 119 reclamações registradas junto ao Procon-DF, em 2024, e de 32 nos primeiros três meses de 2025, a Laser Fast acumula ao menos 770 processos judiciais. Mesmo assim, a empresa continua a deixar consumidores no prejuízo, ao vender planos com descontos para atendimento em lojas fechadas e sem reembolsos.
A coluna Na Mira entrou em contato com a Laser Fast e aguarda posicionamento.