Salvador — O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), oficializou a pré-candidatura à presidência da República, nesta sexta-feira (4/4), em evento realizado no Centro de Convenções de Salvador, na Bahia.
Embora tenha reunido centenas de aliados, ausências importantes chamaram a atenção. Nomes como Antonio Rueda, presidente do União; Davi Alcolumbre, presidente do Congresso; e Gusttavo Lima, que pode compor a chapa majoritária, não compareceram à cerimônia.
Em coletiva à imprensa, o vice-presidente do União Brasil e ex-prefeito de Salvador ACM Neto disse que a ausência de Rueda no evento foi um pedido do próprio Caiado e que a decisão estava acertada há dias.
“Foi até uma posição, iniciativa de Caiado, que disse ao Rueda (para não vir). Rueda estava à disposição para vir, tinha um desejo muito grande de vir, mas foi um pedido de Caiado para que ele não viesse exatamente com o objetivo de não gerar qualquer tipo de desconforto para quem, eventualmente, ainda não integra essa corrente de pensamento em torno de Caiado”, explicou ACM Neto.
A ausência de Gusttavo Lima também foi contestada. No início de março, o chefe do Executivo goiano confirmou a presença do cantor no evento. O nome do sertanejo, aliás, é cotado para a composição da chapa majoritária do União Brasil. Questionado pela reportagem sobre os avanços nas conversas para definir Gusttavo Lima como vice, Caiado desconversou.
Apesar dos desfalques importantes, o evento contou a participação do prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), do ex-ministro e senador do Paraná Sérgio Moro (União Brasil) e 250 prefeitos da sigla.
Com o lema Coragem para endireitar o Brasil, Caiado mostrou entusiasmo para a corrida eleitoral de 2026. “O Caiado é desencabrestado. Não sou candidato de barra de saia. Sou candidato que vou para o povo, eu vou debater. Quando ninguém tinha coragem de defender direito de propriedade, estava lá o Caiado lutando, com 36 anos. Eu sei a responsabilidade que tenho neste momento”, destacou.
ACM Neto fez comparações entre Caiado e o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT). “Há uma clara diferença do compromisso de Caiado e do governo do PT da Bahia com o futuro, com os nossos jovens e com a educação. Goiás foi um dos estados que expandiu a atenção à saúde neste país. A Bahia é, infelizmente, marcada por uma tal fila da regulação, que é conhecida com o fila da morte”, ressaltou.
O senador Sergio Moro disse que o Brasil cometeu um “grande erro” de colocar o PT novamente no poder. “O que vimos nesses dois anos? O Brasil declinando, a economia em frangalhos e a inflação no supermercado. As pessoas estão vendo. O que era picanha virou abóbora”, afirmou Moro.
União da direita
A menos de dois anos para eleições de 2026, a direita se movimenta para emplacar um nome forte para a oposição. Caiado surge como um deles. Na disputa, no entanto, ainda aparecem os nomes do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo); do governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD); do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL); do empresário Pablo Marçal (PRTB); e, por fim, da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro (PL).
“Temos outros nomes, mas vamos trabalhar muito para unir toda a oposição em torno de um. Não tenha dúvidas de que a nossa preferência é o nome de Caiado, que é o nome do União Brasil”, reforçou Bruno Reis.
