Durante julgamento nesta terça-feira (20/5), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes comentou em tom de ironia que militares integrantes do núcleo 3 da denúncia sobre suposta trama golpista o atribuíram vários apelidos que foram registrados nos autos do processo, entre eles, o de “cabeça de ovo”.
Enquanto lia um trecho de transcrição obtida pela Polícia Federal (PF), referente ao coronel do Exército Márcio Nunes de Resende Júnior, Moraes destacou uma fala em que o militar afirma: “Se a gente não tem coragem de enfrentar o cabeça de ovo, vamos enfrentar quem?”.
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“Além disso, eles também conseguiram fazer vários apelidos para esse ministro relator”, ironizou Moraes. Em seguida, o ministro Flávio Dino brincou: “Quero dizer, vossa excelência, que o anterior é mais simpático: centro de gravidade. É mais simpático”.
Além do apelido “cabeça de ovo”, constam em mensagens lidas por Moraes desde o início do julgamento outros xingamentos direcionados ao magistrado.
Antes da troca de brincadeiras, Moraes chegou a proferir um palavrão na tribuna ao ler uma das mensagens que continham o termo “porra”. O ministro comentou que “parece que a característica dos militares golpistas é a falta de educação aguda para poder ser promovido, talvez”.
Julgamento
O julgamento da denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) contra esse núcleo começou na manhã desta terça, com o relatório da acusação e as sustentações orais dos advogados de 12 denunciados.
A sessão foi retomada com a leitura do voto do relator, ministro Alexandre de Moraes. Em princípio, Moraes vota acerca das questões preliminares, questionadas pelas defesas dos acusados. Mais cedo, os ministros ouviram os advogados dos denunciados, além da subprocuradora-geral da República Claudia Sampaio Marques.
