Após duas semanas de exibição, o live-action de Branca de Neve está no caminho de se tornar um dos maiores fracassos da Disney. O filme, que esteve cercado de polêmicas desde o começo da produção, arrecadou bem menos do esperado pelo estúdio e recebeu várias críticas negativas. Desde então, a busca por um culpado pelo fracasso tem sido amplamente debatida.
Para a imprensa norte-americana, a culpada pelo fracasso seria a atriz Rachel Zegler, intérprete da princesa. A culpa não estaria na atuação dela no longa — fato que não foi maioria entre os críticos — mas sim nas falas e posicionamentos da atriz sobre a obra original, a animação Branca de Neve e os Sete Anões (1937).
Polêmicas de Rachel Zegler
A escolha de Rachel Zegler para o papel de Branca de Neve já tinha gerado controvérsias no começo da produção, já que a atriz foi escalada sob a justificativa de sua ascendência latina, em uma tentativa da Disney de promover mais diversidade em suas produções. A decisão, no entanto, dividiu opiniões.
Enquanto alguns apoiaram a escolha, vendo nela um passo importante para a representatividade no cinema, outros criticaram a decisão, acusando a Disney de seguir a chamada agenda woke — termo usado para descrever mudanças que buscam questionar valores tradicionais, muitas vezes associados a preconceitos do passado.
Outra crítica ligada a essa discussão foram as declarações da própria Rachel Zegler sobre o longa. Em entrevistas, a atriz afirmou que certas cenas da animação original, lançada em 1937, estavam ultrapassadas e não funcionariam nos dias atuais. Entre elas, destacou a postura mais submissa da protagonista e o icônico beijo do príncipe enquanto Branca de Neve está desacordada. Ambas as situações foram alteradas no live-action.
Rachel Zegler também se posicionou diversas vezes a favor da Palestina, em referência ao conflito com Israel, e também fez críticas ao presidente Donald Trump, o que teria irritado executivos da própria Disney. Portais norte-americanos afirmam que a Disney chegou a pedir que a atriz moderasse suas falas para evitar desgastes com o público, mas ela manteve suas opiniões e postagens.
Apesar de ter recebido muitas críticas pela situação e de ter sido apontada como a principal culpada pelo fracasso do filme, Rachel Zegler recebeu muito apoio nas redes sociais. Segundo a revista Vanity Fair, a atriz estaria contornando a situação de “bode expiatório” e se tornando um ícone nas redes sociais.
Fãs passaram a defender a atriz nas redes sociais e também a defender a atuação dela no longa. Rachel inclusive recebeu o apoio do ator Paul Pascal (The Last of Us) nas redes sociais, onde ele a chamou de ícone.
Nas redes, as falas contra Rachel foram deixadas de lado e substituídas por críticas à atuação de Gal Gadot na produção — intérprete da Rainha Má — e passaram a destacar falas consideradas problemáticas da atriz israelense sobre o conflito entre Palestina e Israel.

Fracasso de bilheteria
Diante das polêmicas, a Disney tentou controlar a repercussão em torno do filme. Além de submetê-lo a diversas refilmagens, a empresa adiou ao máximo a divulgação do material promocional, que só foi compartilhado pouco antes da estreia—uma estratégia que não passou despercebida pelos fãs.
A campanha de lançamento também foi restrita: os eventos de divulgação ocorreram apenas nos Estados Unidos, com acesso limitado à imprensa e forte presença de funcionários da Disney. Gal Gadot e Rachel Zegler, protagonistas do longa, quase não apareceram juntas e evitaram as tradicionais entrevistas em dupla, comuns em estreias desse porte.
Assim, Branca de Neve não alcançou os números esperados pela Disney. O filme arrecadou apenas 69 milhões de dólares nos cinemas dos EUA e 145 milhões de dólares pelo mundo, ficando longe do orçamento do filme, que foi de 270 milhões de dólares.
O filme sofreu ainda com o chamado review bomb, quando vários usuários publicam avaliações negativas de um produto, como um filme, jogo ou aplicativo, com o objetivo de prejudicar a sua reputação ou vendas.