O Brasil subiu 20 posições no ranking mundial da indústria de transformação em 2024, passando do 45º para o 25º lugar. O dado foi divulgado nessa terça-feira (8/4) pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), com base em informações da agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para promoção do desenvolvimento industrial.
O avanço está relacionado à atual política de incentivo à reindustrialização do país. Uma das principais ações nesse sentido é a Nova Indústria Brasil (NIB), programa liderado pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é o principal responsável pelo financiamento das iniciativas.
De acordo com o BNDES, foram aprovados R$ 196 bilhões em crédito para a NIB nos últimos dois anos, em um total de 145,5 mil operações. Esse valor já representa mais de 70% do orçamento previsto para o programa até o fim do atual governo.
Em 2024, o volume de crédito do BNDES para a indústria superou, pela primeira vez desde 2017, o total destinado ao agronegócio. As operações com micro, pequenas e médias empresas também bateram recorde no ano passado, incluindo financiamentos para o setor industrial.
Houve ainda aumento significativo no crédito destinado a segmentos específicos. A indústria farmacêutica teve o maior volume de aprovações da série histórica. O setor automotivo recebeu o maior valor desde 2017. O crédito para exportações foi o mais alto desde 2014, e o setor de biocombustíveis registrou o segundo maior volume de recursos já aprovado pelo banco.
A ampliação dos financiamentos foi possível por meio de mecanismos como o Fundo Clima e a adoção da taxa referencial (TR) em projetos de inovação. Em 2024, o BNDES também passou a captar recursos por meio de um novo instrumento, as Letras de Crédito do Desenvolvimento (LCD), que renderam R$ 9,8 bilhões, destinados especificamente ao financiamento industrial.
Os resultados vêm num momento em que o Brasil busca recuperar espaço na indústria global. A expectativa do governo é que o fortalecimento dessa política ajude a tornar a economia brasileira mais competitiva no cenário internacional.
Além dos incentivos financeiros, a política externa tem atuado na abertura de novos mercados e na retomada de parcerias. A presença do Brasil em fóruns como G20, COP30 e BRICS, além das agendas em países asiáticos como Japão e Vietnã, integra esse movimento.