Home Saúde Bebê nasce e morre no mesmo dia vítima da dengue no Paraná....

Bebê nasce e morre no mesmo dia vítima da dengue no Paraná. Entenda

0

O boletim epidemiológico do Paraná publicado nessa terça (25/6) aponta que um bebê nascido em Toledo morreu horas após o parto vítima de dengue. A menina nasceu em 25 de abril e faleceu no mesmo dia. O documento também esclarece que a bebê nasceu com comorbidades e que a mãe dela também estava infectada com o vírus da dengue.

O caso da morte da bebê com apenas um dia de vida causou dúvida em várias futuras mamães sobre como a dengue pode chegar ao feto durante a gestação, já que o bebê não tem contato direto com o mosquito Aedes aegypti.

O contágio nesses casos ocorre pela interação da corrente sanguínea da mãe infectada com a do bebê, e se ocorre perto da data do parto, o vírus se mantém ativo durante o momento do nascimento.

O contato com o vírus da dengue pode ocorrer tanto através da placenta como no momento do parto com o sangue materno. No caso paranense, porém, não foi possível determinar qual o momento de contágio: entretanto, o mais provável é que ele tenha ocorrido ainda dentro do útero.

Na maioria das vezes que há contato com o vírus, o bebê não manifesta sintomas. Eles costumam ter uma proteção extra contra a forma grave da doença, já que ela costuma acometer as plaquetas, células muito abundantes no sangue de um recém-nascido.

É atacando essas células que o vírus da dengue atrapalha o processo de coagulação sanguínea e causa as características hemorragias da dengue grave. Como há o dobro dessas células no corpo do bebê, ele costuma passar pela infecção de forma assintomática.

Por isso, os especialistas acreditam que as comorbidades com as quais a criança nasceu (e que não foram detalhadas pela Secretaria de Saúde paranaense) podem ter tido um papel crucial na morte do bebê. Além disso, a mãe já estava internada há mais de uma semana com sintomas de dengue grave que podem ter acelerado o parto, ocorrido com 37 semanas.

11 imagens
1 de 11

A dengue é uma doença infecciosa transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Com maior incidência no verão, tem como principais sintomas: dores no corpo e febre alta. Considerada um grave problema de saúde pública no Brasil, a doença pode levar o paciente à morte

Joao Paulo Burini/Getty Images

2 de 11

O Aedes aegypti apresenta hábitos diurnos, pode ser encontrado em áreas urbanas e necessita de água parada para permitir que as larvas se desenvolvam e se tornem adultas, após a eclosão dos ovos, dentro de 10 dias

Joao Paulo Burini/ Getty Images

3 de 11

A infecção dos humanos acontece apenas com a picada do mosquito fêmea. O Aedes aegypti transmite o vírus pela saliva ao se alimentar do sangue, necessário para que os ovos sejam produzidos

Joao Paulo Burini/ Getty Images

4 de 11

No geral, a dengue apresenta quatro sorotipos. Isso significa que uma única pessoa pode ser infectada por cada um desses
micro-organismos e gerar imunidade permanente para cada um deles — ou seja, é possível ser infectado até quatro vezes

Bloomberg Creative Photos/ Getty Images

5 de 11

Os primeiros sinais, geralmente, não são específicos. Eles surgem cerca de três dias após a picada do mosquito e podem incluir: febre alta, que geralmente dura de 2 a 7 dias, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas, náuseas e vômitos

Guido Mieth/ Getty Images

6 de 11

No período de diminuição ou desaparecimento da febre, a maioria dos casos evolui para a recuperação e cura da doença. No entanto, alguns pacientes podem apresentar sintomas mais graves, que incluem hemorragia e podem levar à morte

Peter Bannan/ Getty Images

7 de 11

Nos quadros graves, os sintomas são: vômitos persistentes, dor abdominal intensa e contínua, ou dor quando o abdômen é tocado, perda de sensibilidade e movimentos, urina com sangue, sangramento de mucosas, tontura e queda de pressão, aumento do fígado e dos glóbulos vermelhos ou hemácias no sangue

Piotr Marcinski / EyeEm/ Getty Images

8 de 11

Nestes casos, os sintomas resultam em choque, que acontece quando um volume crítico de plasma sanguíneo é perdido. Os sinais desse estado são pele pegajosa, pulso rápido e fraco, agitação e diminuição da pressão

Image Source/ Getty Images

9 de 11

Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade. O choque tem duração curta, e pode levar ao óbito entre 12 e 24 horas, ou à recuperação rápida, após terapia antichoque apropriada

Getty Images

10 de 11

Apesar da gravidade, a dengue pode ser tratada com analgésicos e antitérmicos, sob orientação médica, tais como paracetamol ou dipirona para aliviar os sintomas

Guido Mieth/ Getty Images

11 de 11

Para completar o tratamento, é recomendado repouso e ingestão de líquidos. Já no caso de dengue hemorrágica, a terapia deve ser feita no hospital, com o uso de medicamentos e, se necessário, transfusão de plaquetas

Getty Images

Dengue pode ser ainda mais perigosa para a gestante

Na maior parte das vezes, a dengue grave é mais perigosa para a gestante que para o bebê. Grávidas têm até quatro vezes mais risco de morte quando contraem a dengue do que a população normal e muitas vezes o quadro pode levar a partos prematuros que também matam o feto: a mortalidade dos bebês é três vezes maior nesses casos.

Por isso, a recomendação é que futuras mamães, ante qualquer sintoma da dengue, procurem um hospital. Caso a doença seja confirmada no terceiro trimestre da gravidez, é preciso internar a paciente por ao menos dois dias (mesmo que os sintomas sejam leves) para fazer acompanhamento.

“Qualquer dor abdominal e aumento na frequência dos vômitos já indica complicação da doença em mulheres grávidas. Desmaios, sangramentos, alterações de consciência, irritação, agitação e sonolência também são indicativos de que a dengue pode estar ganhando gravidade e devem ser alertas para a busca imediata de atendimento médico”, aconselhou o professor de medicina Fabio Fernandes Neves, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em entrevista anterior ao Metrópoles.

Siga a editoria de Saúde no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto!

NO COMMENTS

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Sair da versão mobile