O Sistema de Valores a Receber (SVR) mostra que há R$ 9 bilhões em “dinheiro esquecido” em bancos e instituições financeiras, segundo atualização mais recente do Banco Central (BC). O levantamento considera dados até dezembro de 2024.
O SVR é uma ferramenta do Banco Central que permite consultar se pessoas físicas, inclusive falecidas, e empresas têm valores “esquecidos” em bancos, consórcios ou outras instituições financeiras.
Ao todo, são 48,9 bilhões de beneficiários. Dentre eles, 45 milhões são pessoas físicas e 3,9 milhões são pessoas jurídicas (empresas). Eles respondem por R$ 6,9 bilhões e R$ 2,1 bilhões esquecidos em bancos, respectivamente.
Os bancos correspondem à maior parcela do dinheiro esquecido, com R$ 5,1 bilhões. Na sequência estão consórcio (R$ 2,56 bilhões), cooperativas (R$ 765,4 milhões) e instituições de pagamentos (R$ 394,8 milhões).
Cerca de 31 milhões de pessoas, entre físicas e jurídicas, têm algum valor esquecido em bancos. Enquanto quase 8,2 milhões têm valores a receber de consórcios.
Ainda dá para sacar o dinheiro esquecido?
O prazo para sacar os valores acabou em 16 de outubro. A partir dessa data, os recursos esquecidos foram incorporados ao Tesouro Nacional. Porém, quem não conseguiu efetuar o saque ainda terá outras oportunidades para tentar pegar o dinheiro.
A mudança ocorreu porque, em setembro do ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou um projeto de lei que permite que o governo federal incorpore os recursos não sacados.
É aguardado a publicação de um edital para detalhar as regras para novas rodadas de saques, após a publicação do documento as empresas e pessoas físicas terão 30 dias para voltar a reivindicar o dinheiro esquecido. Depois desse período, haverá mais seis meses — a partir da publicação do edital — para pedir judicialmente os valores.
No caso de nos próximos 25 anos as pessoas físicas e jurídicas que têm direito ao dinheiro esquecido não fizerem a solicitação, ele será incorporado de forma definitiva ao patrimônio da União.
Como consultar o “dinheiro esquecido” no SVR?
Para fazer a consulta pública ao SVR, basta acessar a página valoresareceber.bcb.gov.br e informar o CPF e a data de nascimento da pessoa física ou o CNPJ e a data de criação da pessoa jurídica.
Na última sexta-feira (7/2), o Banco Central informou mudanças no acesso ao Sistema de Valores a Receber e ao Registrato — sistema que possibilita a consulta de informações financeiras pessoais.
A partir desta quinta-feira (13/2), só contas Gov.br nível prata ou ouro, que tenham a verificação em duas etapas habilitada, poderão entrar nos sistemas do BC.
Segundo a autoridade monetária, a medida busca fortalecer a segurança dos usuários. “Com a configuração de acesso em duas etapas, o usuário aumenta a segurança dos seus dados e amplia a proteção de suas informações”, disse o BC.
Como habilitar a verificação em duas etapas:
Antes de mais nada, é preciso instalar o aplicativo Gov.br (disponível na Google Play e na App Store). A partir da habilitação, a pessoa usará um código único para autenticar cada acesso que fizer aos serviços que usam a conta Gov.br.
No primeiro acesso ao aplicativo, o dispositivo usado será vinculado à conta Gov.br do cidadão. Só pode haver um único dispositivo vinculado por vez. Também será necessária a realização da validação facial para configuração da verificação em duas etapas.