Home Brasilia Às vésperas da volta às aulas, UnB não decide sobre afastar youtuber

Às vésperas da volta às aulas, UnB não decide sobre afastar youtuber

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A apenas três dias da volta às aulas, a Universidade de Brasília (UnB) ainda não tem uma decisão sobre o afastamento do youtuber Wilker de Sá, de 29 anos. Ele foi afastado por 60 dias em dezembro de 2024 após gravar aulas mesmo sem a autorização de professores com o objetivo de tumultuar, lançar no youtube e ganhar dinheiro com as visualizações na plataforma.

O caso tem se desdobrado desde julho do ano passado, quando a gestão da universidade ainda cabia à reitora Márcia Abrahão. Nesse intervalo, boletim de ocorrência chegou a ser registrado contra o youtuber e houve um termo pedindo para que o estudante respeitasse os direitos de imagem dos docentes e dos colegas e não divulgasse o conteúdo.

As manifestações não surtiram efeito, e Wilker continuou gravando e interrompendo as aulas com o intuito de ter material com possibilidade de viralizar, atraindo mais seguidores nas redes sociais e aumentando a “monetização” dos vídeos.

Mesmo afastado das aulas, o estudante frenquentava o campus para filmar funcionários pela parede de vidro da sala na instituição. As moções de repúdio dos alunos viraram chacota por parte dos seguidores de Wilker, que também foram denunciados por enviar mensagens em tom intimidador aos colegas que não concordaram com o youtuber. Ele ainda teria vazado dados dos colegas.

Uma estudante recebeu a mensagem de um seguidor de Wilker dizendo: “Eae sua vadia (sic). Vai botar a cara não, filha da puta? Seu te ver naquele campus, tu e tua laia tá fudida (sic)”.

Em outro momento, Wilker convocou os seguidores dele para confrontar os alunos que se manifestavam contra ele. As polêmicas situações foram se sucedendo ao longo do tempo e a reitoria já demandou três vezes a Procuradoria Federal junto à Universidade de Brasília para pedir orientações jurídicas sobre como agir em relação ao estudante.

Em dezembro do ano passado, a procuradoria entendeu que não havia critérios para expulsar o aluno. Ele foi afastado por 60 dias. Agora, ele está liberado para se rematricular e já assegurou vaga em pelo menos três matérias, incluindo História do Brasil 1 e História da África, das quais foi afastado no ano passado.

Em 13 de março, perto das aulas voltarem, a reitoria se manifestou novamente pelo afastamento de 60 dias do aluno. Até o momento, não há um novo parecer.

O Metrópoles questionou a UnB sobre a importância em acionar a procuradoria e se a reitoria tem poder para resolver sozinha o assunto de uma vez. A instituição não respondeu sobre trâmite, respondendo apenas que não comenta sobre processos sigilosos.

A reportagem também questionou Wilker, mas não obteve resposta. O espaço segue aberto para manifestações.

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