O inquérito da Polícia Federal (PF) que investiga a suspeita de genocídio contra os indígenas Yanomamis vai completar um ano sem ter sido concluído. A apuração começou após determinação do ministro da Justiça, Flávio Dino, em 23 de janeiro do ano passado.
Ao Metrópoles a PF informou que as investigações seguem em andamento, e “não entende ser conveniente tecer informações neste momento”.
Yanomamis recebem cesta básica em Roraima
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Crianças indígenas Yanomamis (3)
Mais de 10 mil crianças indígenas ficaram desassistidas por conta de esquema de corrupção
Reprodução/ MPF
Yanomamis recebem cesta básica em Roraima
Yanomamis recebem cesta básica em Roraima
Pedro Emerich
Indígenas yanomamis atendidos pela força do SUS em Roraima
Estupro aconteceu próximo à Casa de Saúde Yanomami
Igor Evangelista/MS
Crianças indígenas Yanomamis (2)
O esquema identificado resultou no desabastecimento generalizado de medicamentos essenciais nas unidades de saúde da Terra Indígena Yanomami
Reprodução/ MPF
Crianças indígenas Yanomamis (1)
Esquema ocorreu no âmbito de contrato de R$ 3 milhões com o governo federal
Reprodução/ MPF
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Comunidades vivem situação sanitária grave, com casos de desnutrição severa
Ricardo Stuckert/Secom
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Lula visitou povo Yanomami em Roraima nesse sábado (21/1)
Ricardo Stuckert/Secom
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A Superintendência da PF, em Roraima, responsável pelo inquérito, alegou que não há fontes disponíveis para tratar do assunto. Também não foram atendidos os pedidos da reportagem por mais detalhes sobre o caso, como prazo para conclusão e tipos de diligências realizadas.
Pedido de investigação
O pedido de abertura do inquérito foi baseado em reportagens jornalísticas que mostravam a falta de gestão do governo Jair Bolsonaro (PL) diante da crise no território Yanomami, área maior que o estado do Rio de Janeiro e com cerca de 30 mil indígenas.
Entre as ações do governo anterior estão o desmonte da saúde indígenas, o incentivo para o garimpo ilegal e a falta de respostas para ofícios com pedidos de ajuda.
“Mortes por desnutrição ou por doenças tratáveis, pouco ou nenhum acesso aos serviços de saúde, medidas insuficientes para a proteção dos Yanomamis, além do desvio na compra de medicamentos e de vacinas destinadas a proteção desse povo contra a Covid-19, conduzem a um cenário de possível desmonte intencional contra os indígenas Yanomami ou genocídio”, escreveu Flávio Dino em ofício enviado para o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, em 23 de janeiro de 2023.
O pedido de abertura da apuração ocorreu no contexto do decreto de estado de emergência do Ministério da Saúde, também em janeiro do ano passado, que determinava o envio de atendimento urgente e humanitário ao território Yanomami.
Um ano sem solução
Na segunda-feira (8/1), o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou que deixaria a etapa de ações emergenciais e passaria para uma nova fase de medidas permanentes na terra Yanomami.
Por trás do discurso, a reportagem apurou que há uma insatisfação de Lula com as ações realizadas no território durante o ano de 2023. “Não é possível que a gente possa perder uma guerra para o garimpo ilegal”, declarou o presidente na segunda.
O Metrópoles mostrou que, no fim de dezembro, Lula demonstrou insatisfação durante uma reunião com representantes do Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), que prepararam novo plano de ações para a região.