O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, defendeu como um “debate válido” a possibilidade de votos secretos dentro do Supremo Tribunal Federal (STF). A fala do ministro acontece após fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em defesa do voto secreto.
“Algumas supremas cortes ao redor do mundo adotam esse modelo, ele mesmo (Lula) me indagou sobre isso. É um debate válido. Em algum momento, esse debate vai ser colocado. É claro que não é algo já já, para amanhã. (…). Não tenho elementos para dizer qual modelo é melhor que outro. Em ambos há transparência. Em um se valoriza mais a posição transparente do colegiado, no outro se privilegia a ideia de cada um”, defendeu Dino.
A fala do ministro foi na manhã desta terça-feira (5/9), durante uma formatura de policiais federais, que concluíram seus cursos de formação. Dino ainda aproveitou para defender o mandato de ministros do STF. Ele lembrou que, quando deputado federal, apresentou uma PEC em 2009 para os ministros do supremo terem mandato de 11 anos.
Mais cedo, durante seu programa ao vivo, o presidente Lula defendeu que a “sociedade não tem que saber como é que vota um ministro da Suprema Corte”.
“Não precisa ninguém saber quem votou. Aí cada um que perde fica com raiva, cada um que ganha fica feliz”, defendeu Lula.
A fala do presidente aconteceu diante das críticas aos votos do ministro do STF escolhido por ele, Cristiano Zanin, que em vários casos votou diferente da agenda de esquerda, como no caso da descriminalização do uso de maconha e da equiparação de homofobia como crime de racismo.