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Após adoção de câmbio flutuante, peso despenca na Argentina

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Entrou em vigor na Argentina, nessa segunda-feira (14/4), a redução dos controles cambiais, o chamado “cepo”, que determina o fim da paridade fixa para a moeda argentina e introduz o “câmbio flutuante” — quando o valor da moeda é determinado pela oferta e demanda do mercado. Com isso, o peso argentino despencou, enquanto os mercados de ações e títulos do Tesouro registraram fortes altas.

Agora, o governo de Javier Milei ensaia o fim do sistema de restrição cambial que estava em vigor desde 2019, limitando a compra de dólares e de outras moedas estrangeiras pelos argentinos.

Junto com a redução do controle cambial, foi anunciado que a Argentina fechou um acordo de US$ 20 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo o ministro da Economia, Luis Caputo, o dinheiro permitirá a “recapitalização do BC para ter uma moeda mais saudável e continuar o processo de desinflação”.

Nova política econômica

No primeiro dia útil após os anúncios, a moeda argentina se desvalorizou 11,38% em relação ao dólar. Mas o S&P Merval, índice que mede o desempenho das ações mais líquidas da Argentina, registrou alta de 4,70%.

O novo regime de taxa de câmbio da Argentina acaba com o chamado “cepo” — uma série de restrições cambiais impostas pelo governo em 2019 para controlar a compra e venda de dólares. À época, o governo implementou a medida para limitar a compra de moeda e evitar a fuga de capitais para estabilizar a economia argentina em meio a problemas nas contas públicas e alta dos preços.

Outro ponto anunciado pelo governo argentino foi o fim do chamado “grampo de dólar”, que restringia o acesso à moeda estrangeira. A partir deste ano, as empresas poderão enviar lucros para fora do país, o que pode liberar mais investimentos de multinacionais.

A nova política cambial de Milei permitirá que o peso argentino flutue livremente entre 1.000 e 1.400 pesos por dólar — a política anterior era de câmbio fixo. Na última sexta-feira, por exemplo, a moeda estava em torno de 1.074 pesos por dólar.

O governo argentino detalhou que a nova faixa móvel se expandirá em 1% a cada mês, tanto no limite superior quanto no inferior, e o BC poderá comprar e vender dólares se esse intervalo for quebrado.

De acordo com o BC argentino, enquanto a moeda flutuar dentro dos limites estabelecidos, a instituição poderá operar nos mercados secundários por meio de operações de mercado aberto — são operações realizadas para controlar a oferta da moeda e ajudar no controle da política monetária.

Para o FMI, a ideia de restringir o controle de câmbio é fazer com que a estrutura monetária da Argentina evolua para uma “taxa de câmbio totalmente flexível no contexto de um sistema bimonetário” — em que o peso argentino e o dólar coexistem e podem ser usados simultaneamente.

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