O distúrbio de ansiedade é uma questão de saúde pública em nosso país. Afinal, o Brasil é o país mais ansioso do mundo, como indicou um levantamento de 2019 da Organização Mundial da Saúde (OMS). A pesquisa mostrou que o país apresentava 18,6 milhões de pessoas (quase 10% da população) sofrendo com esse transtorno.
Antes de se tornar um distúrbio, porém, a ansiedade é um fenômeno natural, explica a médica Tamires Cruz, especializada em saúde mental, com foco em depressão. “Quando o cérebro detecta o perigo, ele envia sinais de alarme ao corpo, que reage conforme o aviso”, afirma. Portanto, sentir-se um pouco ansioso ao enfrentar grandes eventos da vida é normal.
No entanto, quando esses sentimentos de preocupação persistem mesmo quando tudo está sob controle, o que é natural torna-se patológico. Caracteriza-se assim o distúrbio, que pode acarretar diversos problemas de ordem emocional, alerta a médica.
Tipos de ansiedade
O transtorno de ansiedade não é singular – muito pelo contrário. A doença pode se apresentar de diferentes formas, em diferentes contextos.
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A ansiedade é uma espécie de condição psíquica caracterizada por preocupação constante e excessiva de que algo negativo possa acontecer. Segundo pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é, ainda, uma sensação difusa de desconforto carregado por sentimento frequente de apreensão que pode desencadear transtornos
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De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país mais ansioso do mundo, e registrou ainda mais casos da condição durante a pandemia da Covid-19. Além de adultos, a ansiedade também pode se manifestar em crianças por diversos motivos, como divórcio dos pais, provas ou problemas na escola, por exemplo
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Apesar de ser considerada relativamente comum, uma vez que pode atingir qualquer pessoa por qualquer motivo, a ansiedade se torna um verdadeiro problema quando tudo vira motivo de preocupação exagerada e o paciente passa a apresentar crises
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A crise de ansiedade é uma situação que causa grande sensação de angústia, nervosismo e insegurança, como se algo de muito mau, e que foge completamente do controle, fosse acontecer a qualquer momento
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A crise surge, normalmente, devido a situações estressantes específicas e que geram gatilho, como precisar fazer uma apresentação, ter prazo curto para entregar um trabalho, estar em algum lugar que não gostaria ou ter sofrido uma perda, por exemplo
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Entre os sintomas de uma crise de ansiedade estão: batimentos cardíacos acelerados, sensação de falta de ar, formigamento no corpo, sensação de leveza na cabeça, dor no peito, náuseas, transpiração excessiva, tremores, entre outros
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Estes sintomas ocorrem devido ao aumento do hormônio adrenalina na corrente sanguínea, algo normal quando a pessoa enfrenta um momento importante. Contudo, se os sintomas se tornarem constantes, podem sinalizar um transtorno de ansiedade generalizada
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O que se deve fazer durante uma crise de ansiedade depende da gravidade e da frequência dos sintomas e, por isso, o ideal é sempre receber aconselhamento especializado, de um psiquiatra ou psicóloga
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Apesar disso, realizar exercícios de respiração, ingerir chá calmante, tentar conversar com alguém de confiança, descansar, desligar a mente, fazer atividades físicas que goste ou tentar manter o pensamento em algo que dê conforto são algumas dicas que podem ajudar a aliviar o problema
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Quando a crise de ansiedade acontece pela primeira vez, ou não se tem certeza do que está acontecendo, é importante procurar um hospital para garantir que não seja outro problema mais grave, como o infarto
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De qualquer forma, caso as crises sejam frequentes, um especialista deve ser procurado para identificar a causa e iniciar um tratamento
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A ansiedade pode desencadear problemas que, dependendo dos sintomas, podem ser classificados como Transtorno de ansiedade generalizada (TAG), fobia social, síndrome do pânico, entre outros. Esses problemas podem gerar impacto na vida pessoal e profissional do paciente, por isso o quanto antes for diagnosticado, menos problemas serão enfrentados
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Tamires aponta 7 manifestações diversas do distúrbio:
Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)
Esse tipo de ansiedade se caracteriza por preocupação e medo duradouros em razão de diversas situações e acontecimentos. “Os sentimentos ocasionados por essas preocupações se tornam irreais, o que pode afetar o desempenho de quem sofre de TAG em seus esforços diários, devido à incapacidade de controle”, explica Tamires.
Segundo a médica, os sintomas são os mesmos da ansiedade comum (dores de cabeça e estômago, irritabilidade, inquietação, fadiga, falta de concentração, sudorese, dificuldade para dormir, sensação de destruição constante e iminente). Porém, eles se apresentam de forma crônica e com maior gravidade.
Transtorno do pânico
O transtorno do pânico distingue-se por seus ataques de intenso medo, que podem incluir, entre outros sintomas: tremores, palpitações cardíacas, falta de ar, medo de perder o controle, formigamento, e medo extremo da morte e desgraça iminente.
“Os ataques surgem repentinamente e atingem o nível de pânico em minutos, podendo durar horas”, explica Tamires. Segundo a médica, aqueles que sofrem do transtorno costumam evitar certos lugares, pessoas e situações por medo de que possam desencadear um ataque de pânico.
Transtorno de ansiedade social
Evitar a socialização, pelo medo de julgamentos negativos e embaraços públicos é a ação mais comum de quem sofre de transtorno de ansiedade social. A médica relata que indivíduos que apresentam esse quadro, quando se encontram em situações em que são forçados a interagir com outras pessoas, começam a sentir sintomas físicos extremos de desconforto, como aumento da frequência cardíaca, náusea, tontura e sudorese.
“Para ser diagnosticado com esse tipo de transtorno, a pessoa deve apresentar esses sintomas a maior parte do tempo, por pelo menos seis meses”, afirma.
Confira a lista completa no site Saúde em Dia, parceiro do Metrópoles.
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