Em uma reunião realizada na segunda-feira (24/3), a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) alterou as recomendações para rastreamento de câncer de mama e acabou ampliando a faixa etária de pacientes com indicação para realização do exame em planos de saúde.
Após consulta pública e pressão popular, mulheres entre 40 e 74 anos deverão ter acesso a exames individualizados, com busca ativa para as de 50 a 69 anos. Neste caso (a mesma faixa de exames realizados pelo SUS), as mulheres receberão comunicações dos planos a cada dois anos para relembrá-las de fazer os exames.
Principais sintomas do câncer de mama
- Aparecimento de nódulo, geralmente indolor, duro e irregular, nas mamas.
- Edema na pele, que fica com aparência de casca de laranja.
- Retração da pele.
- Dor.
- Inversão do mamilo.
- Descamação ou ulceração do mamilo.
- Secreção transparente, rosada ou avermelhada que sai do mamilo.
- Linfonodos palpáveis na axila.
“Defendemos que o rastreamento a partir dos 40 anos salva vidas, especialmente em um país como o nosso, onde a incidência de câncer de mama em mulheres mais jovens é significativa”, afirma Rubens Chojniak, presidente do Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR), uma das instituições que lutou contra a proposta inicial que podia manter o rastreio apenas na mesma faixa etária do SUS.
Rastreio pode começar até antes
Outra mudança é que a ANS passou a recomendar que mulheres com risco aumentado, independente da idade, tenham o rastreio recomendado pelos médicos, feito dentro da estrutura dos planos.
Operadoras de planos de saúde não poderão negar exames solicitados por médicos, mesmo fora do programa de certificação. A medida busca evitar atrasos que comprometam o prognóstico.
Impacto no combate ao câncer de mama
A decisão reflete estatísticas nacionais: 40% dos diagnósticos e 22% das mortes ocorrem antes dos 50 anos. Quando detectada no estágio inicial, a doença tem 95% de cura.
Segundo o mastologista Tufi Hassan, presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), a decisão de ampliar a faixa etária foi obtida através de uma luta contra o retrocesso. “Ao nos respaldar nos estudos e pesquisas para proporcionar tratamentos adequados às mulheres, fica comprovado que um diagnóstico precoce salva vidas”, afirma.
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