A expectativa do governo Lula é que a aliança local no Amapá entre o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT), o ministro Waldez Góes (Desenvolvimento Regional) e o senador Davi Alcolumbre (União) facilite a vida do Planalto do Legislativo a partir de 2025. Alcolumbre é o principal cotado para assumir a presidência do Senado em fevereiro, quando haverá eleição interna na Casa.
Entenda:
- Senado e Câmara escolherão seus novos presidentes em fevereiro.
- Davi Alcolumbre é amplo favorito para assumir novamente a presidência do Senado.
- O amapaense conta com apoio amplo de partidos, do PT ao PL.
- Ele tem uma aliança local com o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues, e o ministro do MDR, Waldez Góes.
“Na política, uma boa relação interpessoal facilita muito a relação institucional e social. Eu não tenho dúvida. O Davi é de boa relação, chega pela segunda vez à presidência do Congresso, se assim for a vontade dos seus pares e de Deus, no dia 1/2, ainda mais maduro, numa relação menos conturbada. Ele foi presidente no período mais difícil, como Pacheco foi, durante a pandemia de covid-19″, disse Waldez ao Metrópoles.
O ministro do Desenvolvimento Regional é do PDT, mas entrou na Esplanada como uma indicação direta de Alcolumbre. Ele governou o Amapá por quatro mandatos e deixou de ser candidato ao Senado, como era esperado em 2022, para não concorrer com o aliado.
A declaração de Waldez foi dada no Planalto, logo após a posse de Sidônio Palmeira na Secretaria de Comunicação Social (Secom), e pouco antes de a crise da desinformação sobre o Pix eclodir. O governo Lula recuou da instrução da Receita para o monitoramento das movimentações do sistema de pagamento, o que gerou uma onda de fake news. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) editou uma medida provisória para reforçar a gratuidade do Pix.
Ao transformar a normativa numa MP, Lula compartilha com os líderes do Congresso a responsabilidade. Esse tipo de medida entra em vigor quando publicada, mas precisa ser aprovada pelo Legislativo para não perder validade. Dessa forma, a aprovação de um texto considerado impopular por causa da onda de desinformação será o primeiro teste de fogo do governo diante das novas presidências da Câmara e do Senado.
Aliança
Randolfe e Alcolumbre possuem uma aliança eleitoral no Amapá. O líder do governo deve concorrer à reeleição em 2026 com apoio do próximo presidente do Senado, que por sua vez venceu a presidência do Senado 2019 com o petista como cabo eleitoral. Ambos também estão no campo político do atual governador do estado, Clécio Luís (SD).
Alcolumbre e Randolfe se afastaram brevemente no governo Bolsonaro, quando o então presidente do Senado se aproximou do Planalto. Eles se reaproximaram na eleição passada.
